drogas
22/02/2008

Consumo de ecstasy desperta interesse
de pesquisadores

Erika Vieira


De um lado a “Geração Rave”, do outro o grupo “Filhos do Hell’s club” é assim que são classificados os integrantes que participaram da pesquisa sobre o consumo de ectasy, realizada pelo psicólogo Murilo Battisti da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Durante cinco anos (de 2001 a 2006) ele acompanhou 32 usuários de ecstasy, dos quais fez uma separação entre dois grupos. Um composto, em sua maioria, por universitários que faz uso da droga quando estão em baladas de música eletrônica, sendo chamados de “Geração Rave”. Já os “Filhos do Hell’s club”- Hell’s club marco da cena eletrônica na cidade de São Paulo - são pessoas mais velhas, que começaram o consumo entre o final da década de 80 e início de 90.

O constatado foi que depois de um período os universitários tendem a reduzir o uso da substância. A mudança de comportamento se dá em função da alteração do estilo de vida desses jovens. Iniciam a vida profissional, enfrentam as responsabilidades da vida adulta e a perdem do caráter de novidade da droga. A pesquisa diz que “há especulação que o abandono no uso de ecstasy tenha sido parte de um processo de amadurecimento dos indivíduos em questão.” Enquanto que os “Filhos do Hell’s club” diminuem o uso de maneira menos significativa.

Battisti coloca o consumo de ecstasy como sendo um elemento ligado a cultura da música eletrônica, intensificando ou diminuindo na medida em que o sujeito se aproxima ou se afasta desse contexto. De acordo com dados da Polícia Federal, no Brasil esse consumo aumentou 1.713% no ano passado. Em 2006 foram apreendidos 12 mil comprimidos, pulando para 211 mil unidades em 2007.

Muitos usuários têm um conhecimento superficial sobre os efeitos. “Nunca vi ninguém viciado em ecstasy”, fala um participante do estudo do psicólogo da Unifesp. Essa frase é um reflexo da maior parte dos entrevistados mencionarem acreditar que o ecstasy é uma droga mais segura que as demais. Eles também contam que se informam sobre as conseqüências que essa substância traz para a saúde por meio da internet.

Sendo a internet a fonte de consulta desse público, a coordenadora do projeto Baladaboa – Redução de Danos para o uso de escstasy, Stella Pereira de Almeida, organizou uma pesquisa online com 1.140 usuários. O intuito era levantar elementos para ajudar na elaboração de uma intervenção preventiva ao consumo do entorpecente.

Os resultados preliminares da pesquisa mostram 69,2% dos usuários afirmando que: “As informações veiculadas pelo projeto Baladaboa causaram ou iriam causar alguma mudança em seu comportamento relativamente ao uso de ecstasy.” Os resultados são preliminares porque o projeto está interrompido desde março de 2007 em função da Fapesp ter suspendido a verba, depois que o Baladaboa foi apontado por alguns veículos de imprensa como instrumento de apologia ao uso da droga.

   
 
   
 

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