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09/03/2004
SP teve deflação em fevereiro, diz Dieese

Os preços no município de São Paulo registraram queda em fevereiro, pela primeira vez em seis meses. O ICV (Índice do Custo de Vida), calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), teve queda de 0,18%, ante aumento de 1,46% em janeiro.

Embora o mês de fevereiro tradicionalmente registre recuo do índice, devido ao fim de pressões sazonais, a deflação não era esperada pela instituição, que estimava taxa próxima de zero. Foi a primeira deflação para o segundo mês do ano desde 2000.

"Esse número [-0,18%] revela que atravessamos um processo de estabilidade. Não acho que [a deflação] voltará a se repetir, mas a taxa deve continuar perto de zero nos próximos meses", afirmou Cornélia Nogueira Porto, coordenadora do ICV do Dieese. O índice ficara negativo pela última vez em agosto de 2003 (-0,15%).

Pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), medido pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a última deflação no município de São Paulo ocorrera em julho (-0,08%). Pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em junho (-0,15%), na região metropolitana de São Paulo.

Segundo Porto, os preços deverão ser pressionados apenas a partir de junho, com o início dos reajustes dos preços administrados, como as tarifas de energia elétrica, telefonia e transporte.

A ausência de pressões abre espaço, segundo ela, para o Banco Central reduzir a taxa básica de juros, estacionada em 16,5% ao ano desde dezembro de 2003.
Dos dez grupos que compõem o índice, quatro caíram em fevereiro. As maiores quedas ocorreram em vestuário (-0,99%), alimentos (-0,59%) e transportes (-0,3%). Entre outros grupos, os preços de habitação caíram 0,07%, e os de saúde aumentaram 0,24%.

Na relação dos itens que respondem pelas pressões sazonais, os preços de educação, que haviam subido 8,55% em janeiro e respondido por 0,60 ponto percentual na inflação de 1,46%, tiveram variação de 0,16% em fevereiro -janeiro costuma ser um mês de reajuste das mensalidades.

Já os alimentos "in natura" tiveram queda de 0,92%, após um aumento de 1,8%. O preço do tomate, que havia aumentado 32,3% em janeiro, caiu 19,9%.

Convergência
A tendência de interrupção dos aumentos dos preços no município de São Paulo também já havia sido detectada pela Fipe. O IPC em fevereiro ficou em 0,19%. Em janeiro, o índice registrou variação maior, de 0,65%.

A divergência entre os números pode ser explicada por meio de diferenças na metodologia dos índices. A faixa de renda pesquisada pela Fipe, por exemplo, se estende até 20 salários mínimos, enquanto o Dieese não adota um teto -embora o ICV calcule a inflação para três estratos. A área pesquisada para o cálculo dos dois índices é a mesma.

O Dieese prevê que a inflação neste ano na cidade de São Paulo fique em torno de 5,5%, e a Fipe, entre 5,5% e 6%.

No acumulado em 12 meses, o ICV registra variação de 6,36%, e o IPC, de 5,05%. A meta de inflação do governo para 2004, medida pelo IPCA, é de 5,5%, com margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais.



MARCELO SAKATE
da Folha de S. Paulo

 
 
 

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