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meio ambiente
13/08/2004
Comunidade do Brooklin abraçará bosque em protesto

Vanessa Sayuri Nakasato

O Núcleo dos Amigos e Usuários do Bosque do Brooklin abraçará, no próximo domingo, o chamado “futuro Parque da Paz”, uma área verde de 7,6 mil metros quadrados localizada na zona sul. O abraço será um ato de protesto para a preservação da vida e do meio ambiente. Também será uma forma de manifestar o descontentamento dos moradores do bairro em relação ao projeto apresentado pela construtora Cyrella, que pretende erguer três torres residenciais com 36 andares cada no terreno ao lado.

“Queremos salvar a única área verde da redondeza. Temos um número crescente de idosos aqui e não temos um local de descanso e lazer para eles. O mesmo posso dizer em relação às crianças e jovens. Com a construção, nosso sonho de ter um espaço com árvores e pássaros para promover atividades físicas e culturais à comunidade será destruído”, afirma a coordenadora do movimento, Flávia Loureiro.

Ela ressalta que a entidade não é contra o progresso nem a construção de moradias. No entanto, é muito fácil e bonito fazer prédios e não viver no bairro para saber do caos provocado por eles. “É mais gente, mais carros, mais trânsito. A qualidade de vida da região tem piorado a cada dia.”

Segundo Flávia, o projeto apresentado pela Cyrella à entidade pretende incorporar o bosque ao condomínio que será construído. Para ela, se isso acontecer, a perda será muito grande, pois existem poucos lugares em São Paulo que proporcionem paz e contato com a natureza.

“As pessoas estão vivendo entre a calçada e a própria casa. A gente lamenta porque o lado político-financeiro pesa mais do que a vontade da sociedade. Não queremos muito. É pedir demais ter um Trianon [parque] no Brooklin? Por que a Paulista pode ter e nós não?”, questiona.

Na opinião do secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Adriano Diogo (PT), quem está tendo atitudes políticas é a entidade. “Para mim, está tudo resolvido. Não sei mais o que fazer com esta história”, afirma, indignado.

Conforme ele, o terreno que abriga o bosque era da Cyrella. Pertenceu à construtora durante décadas e, há cerca de um ano, foi doado para a prefeitura. No mês passado, ele foi incluso no Plano Diretor. Até o final do ano, ele será regulamentado como parque municipal.

“Para mim, todo esse barulho não passa de um ato eleitoreiro do vereador José Rogério Farhat (PSD). Ele tem um projeto de lei que cria o bosque municipal e apóia esse Núcleo para aparecer. Não há mais o que ser discutido. A Cyrella já nos deu parte de seu terreno e tem o direito de fazer o que quiser com o que restou”, enfatiza o secretário.

O parque ocupa alguns quarteirões das avenidas Santo Amaro, Padre José dos Santos, Portugal e rua Pensilvânia. Para quem se interessar, o abraço acontecerá às 10 horas.

 
 
 

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