Reuters
23/01/2003 - 16h54

Clérigo muçulmano promete virgens em troca de martírio

da Reuters, em Londres

O xeque Abdullah el-Faisal, um clérigo muçulmano radicado em Londres, acusado de incitar seus seguidores a matar infiéis, prometeu a adolescentes muçulmanos 72 virgens no paraíso se eles se dispusessem a morrer como mártires. A declaração foi feita hoje em uma gravação exibida em um tribunal de Justiça na Inglaterra.

Faisal, 39, nega as cinco acusações de incitação ao assassinato de "inimigos do Islã". Se for condenado, ele pode receber a sentença de prisão perpétua. Ele também é acusado de fomentar ódio racial por meio de palavras ameaçadoras e injuriosas e de vídeos e fitas gravadas durante quatro anos, antes de ser preso pela polícia antiterrorismo no ano passado.

O promotor David Perry disse ao júri do tribunal de Old Bailey, em Londres, que Faisal incitava seus seguidores a adotar a "jihad" (guerra santa) contra os infiéis -especificamente norte-americanos, hindus, judeus, britânicos e outros europeus -por meio da prática de terrorismo e assassinatos.

Em uma das fitas exibidas no tribunal, Faisal dizia a mulheres que era seu dever criar os filhos para fazer parte da causa santa: "Seus filhos homens devem ter a mentalidade do jihad... Aos 15 anos, devem transformar-se em soldados. O treinamento para o jihad deve ser compulsório".

Ele prometeu que os garotos seriam recompensados por seu martírio com 72 virgens, completando: "Mártires religiosos não morrem. Não se deve chorar por eles".

Mais à frente, dizia: "No passado, a palavra do Islã foi disseminada pela espada; hoje nós o faremos com fuzis Kalishnikovs".

Perry disse, perante o tribunal, que em uma das fitas Faisal dizia: "É maravilhoso matar um infiel, montar em suas costas e empurrá-lo bem fundo no fogo do inferno".

Em outras gravações, ele supostamente condenava o uso de armas químicas e biológicas na erradicação dos inimigos do Islã.

Alega-se que Faisal tenha produzido uma série de fitas com títulos como "Jihad", "Nada de Paz com os Judeus" e "Eles Contra Nós" -que eram vendidas em lojas de artigos islâmicos. Uma das fitas, produzida no ano 2000, teria uma foto e a voz de Osama Bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda.

Antes do julgamento se iniciar, o juiz impediu que qualquer hinduísta ou judeu, além de qualquer pessoa casada com membros dessas religiões, servisse como jurado.

O tribunal foi informado de que Faisal nasceu na Jamaica e praticou o cristianismo até os 16 anos, quando se converteu para o Islã. Ele é formado em estudos islâmicos em uma universidade da Arábia Saudita e mudou-se para Londres no início da década de 1990.

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