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Lotufo viu perna em chamas

Ranimiro Lotufo/Divulgação
Ranimiro Lotufo, que teve a perna amputada em acidente, segura bicicleta e equipamento de parapente, em Pancas (ES)

Em 23 de setembro de 95, o ex-modelo Ranimiro Lotufo participava de uma competição de parapente e, ao tentar pousar, chocou-se com fios de alta-tensão.

Lotufo tinha começado a voar em 88, de asa-delta. Estava com 27 anos, sabia que era perigoso e sentia medo, mas o vôo “tudo compensava”. Depois de cinco anos, trocou a asa-delta pelo parapente.

Para ele, o acidente foi algo que “Deus permitiu” para mudar sua vida. Naquele dia, Lotufo ficou pendurado, com o equipamento enroscado nos fios.

Houve curto-circuito. Sua perna direita começou a queimar de dentro para fora. “As veias e os músculos primeiro. Depois começou a brotar fogo”, diz. A perna teve de ser quase que inteiramente amputada.

Segundo Lotufo, depois de um acidente assim, as pessoas pensam: “Imagina se ele vai querer voar outra vez”. Só que ele aproveitou a primeira chance que teve para tentar novamente.

“Vi que não era um bicho-de-sete-cabeças, mas um bicho de uma perna só”, afirma, rindo com certa amargura.

A partir daí, ele não parou mais. Antes do acidente, voava e tinha praticado motociclismo. Hoje em dia, Lotufo também faz escalada, pratica rafting, bóia-cross, ciclismo e trekking.

Voa cross-country porque “esse é o sabor da coisa _não saber até onde vai conseguir ou se vai conseguir”. Diz ter atração por esportes de risco: “Pode acontecer mais alguma coisa comigo, mas não vou parar por causa disso”.

Afirma, no entanto, que a adrenalina não é sua principal motivação. Cita a beleza do vôo e do contato com a natureza.

Lotufo hoje faz filmagens aéreas e trabalha para a Prefeitura de Pancas (ES). Além disso, é patrocinado por um fábrica de próteses e planeja sua próxima aventura: percorrer o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, de parapente e bicicleta. (LS)

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