Publicidade

carreira executiva

Trajetória de executivos são base de inspiração para novatos na carreira

Um dos primeiros passos para quem quer seguir a carreira executiva rumo a um alto cargo de gestão é ter clareza do seu objetivo e entender qual é a função de um líder.

"O papel do gestor é o de alguém com muita humildade, um servidor, aquele que abre o caminho para que os outros possam evoluir. Quem tem esse desprendimento e esse desejo está no rumo certo", afirma Fernando Mantovani, diretor geral da consultoria Robert Half, especializada em recrutamento e seleção.

Divulgação
Renata Randi, diretora de marketing e parcerias globais da Logicalis

Além de capacidade técnica e de experiência prática, a preparação do executivo deve incluir altruísmo e paciência.

Segundo Adriana Chaves, sócia e diretora da Cia de Talentos, "uma característica importante do perfil de um líder é não querer fazer pelo outro". Ela explica que, muitas vezes, a pessoa sabe executar uma determinada tarefa tão bem que ela não tem paciência de ensinar, prefere ela mesma fazer. "Mas o líder precisa delegar, se não, ele nunca vai realizar o seu trabalho, que é o de desenvolver as pessoas."

Adriana lembra que, no passado, cursos como administração, engenharia e marketing eram mais requisitados na carreira executiva. Mas, atualmente, esse leque foi ampliado, porque importa mais o potencial da pessoa do que a formação acadêmica.

O caminho para chegar lá deve partir de um bom planejamento, que precisa ser revisitado com frequência para que o profissional compare aquilo que foi programado com o que conseguiu realizar.

Foi o que fez Renata Randi, 49, diretora de marketing e parcerias globais da Logicalis, empresa de soluções e serviços de tecnologia da informação e comunicação com operações nos cinco continentes.

Formada em engenharia elétrica, ela entrou na companhia como estagiária e ficou seis anos na área técnica, quando começou a fazer a transição para o setor de negócios. Trabalhou com vendas, foi gerente de desenvolvimento, diretora de marketing do grupo e, depois, diretora de marketing e parcerias para a América Latina.

"No começo da minha carreira, ouvi uma frase de um executivo da empresa que me marcou muito. Ele disse 'controle seu destino antes que alguém o faça'", diz Renata.

Segundo ela, isso a inspirou a colocar no papel aonde queria chegar dali a 10, 20 anos. A partir disso, identificou os desafios que precisavam ser vencidos para realizar o seu plano, como fazer uma pós em marketing, falar outra língua além do inglês e ter uma experiência internacional.

"Eu não fiquei esperando as coisas acontecerem. Sempre me apresentei para as oportunidades, fui atrás. Isso faz uma enorme diferença", diz.

No caso de recém-formados, o plano de carreira pode incluir os programas de trainee de grandes grupos.

"Eles são pensados com foco em construir as futuras lideranças da companhia. Para isso, contam com treinamentos que dão uma visão ampla do negócio e fazem com que os participantes tenham autonomia para tocar grandes projetos desde o início", conta Camilla Tabet, diretora de desenvolvimento e gente da cervejaria Ambev.

"Esses programas são um caminho importante e rápido, mas não o único. Alguns são bem concorridos e chegam a ter de 15 mil a 30 mil inscritos para 10 a 30 vagas", afirma Adriana, da Cia de Talentos.

Outra forma de se planejar é buscando informações, por meio de bechmarking (estudo das melhores práticas), para tentar trilhar caminhos similares aos de sucesso.

"Se a pessoa tem interesse em determinado tipo de empresa, ela deve procurar saber qual o perfil do presidente, onde ele se formou, se fez pós, por quais companhias passou, quanto tempo ficou nos cargos, com quantos anos ele chegou naquele posto", diz Mantovani, da Robert Half. "Procure conhecer o que eles fizeram para você saber o que tem que fazer para também chegar lá", afirma.

Mantovani diz ainda que é preciso atentar para competências comportamentais, já que os executivos não são promovidos só pela técnica, mas também por esses traços.

"Como regra, eles se comunicam bem, sabem dialogar com os diferentes níveis da hierarquia, têm empatia com seu público –funcionários e clientes–, equilíbrio emocional para lidar com situações de estresse e capacidade de influenciar os outros e de tomar decisão sob pressão", diz.

Quanto a permanecer numa só empresa ou ter várias experiências em companhias diferentes, não há uma receita. "O profissional tem que escolher entre ficar ou sair de acordo com o que está aprendendo, com a sua percepção de evolução e se está indo na direção do que sonhou", afirma.

Fazer uma pós-graduação em gestão ou liderança é válido, mas a indicação é de cursá-la quando a pessoa tiver mais bagagem e após escolher uma área para focar a necessidade.

É fundamental sempre pedir feedback para o gestor e para o RH, perguntando claramente o que é preciso fazer para dar o próximo passo. "Mas você deve estar aberto para ouvir. Feedback merece contemplação e não contestação. Se não, a pessoa não sai do lugar", diz Mantovani.

Publicidade
Publicidade
Publicidade