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28/04/2012 - 07h23

Governo desembolsa US$ 8,5 mi para encontro de ONGs na Eco-92

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DANILO JANÚNCIO
EDMIR LIMA
DO BANCO DE DADOS

Folha, 28.abr.1992 - O secretário interino do Meio Ambiente, José Goldemberg, e o governador do Rio, Leonel Brizola, anunciaram ontem a liberação de US$ 8,5 milhões necessários para a realização do Fórum Global, série de eventos promovidos por ONGs (Organização Não Governamental) durante a Eco-92.

O coordernador internacional do Fórum, Warren Lindner, havia dito há quatro dias que teria que cancelar o evento caso o governo não lhe desse garantias de apoio por escrito até amanhã. Diante da liberação, o coordenador disse que, agora, "pela primeira vez", ele está confiante.

As ONGs planejam diversos eventos paralelos à conferência organizada pelas Nações Unidas e esperam a participação de 11 mil pessoas de todo o mundo. As organizações tentaram obter recursos na iniciativa privada, mas não encontraram empresas interessadas.

A Secretaria de Meio Ambiente já havia liberado Cr$ 1 bilhão, e o governo estadual, Cr$ 1,5 bilhão. A própria ONU, promotora da Eco-92, vinha pressionando o governo federal a articular ajuda às ONGs.

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BRASIL

Lula Marques - 27.abr.1992/Folhapress
O deputado Jair Bolsonaro (PDC-RJ) discursa na "marcha pela dignidade militar", em Brasília
O deputado Jair Bolsonaro (PDC-RJ) discursa na "marcha pela dignidade militar", em Brasília

O deputado Jair Bolsonaro (PDC-RJ) organizou ontem, em Brasília, a "marcha pela dignidade militar", passeata que reuniu cerca de 300 mulheres, segundo o Comando da Polícia Militar. A principal reivindicação dos manifestantes é a correção da defasagem salarial da categoria e a isonomia com os servidores.

Pelo regulamento militar, qualquer movimento reivindicatório por parte dos militares pode ser punido com prisão. Por isso a manifestação foi organizada pelas suas mulheres. O protesto percorreu a Esplanada dos Ministérios e contou com a participação dos deputados Augusto de Carvalho (PPS-DF), Maria Laura (PT-DF) e Ernesto Gradella (PT-SP).

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MUNDO

A Rússia, terra natal do comunismo, foi convidada nesta semana a ingressar no FMI (Fundo Monetário Internacional) e ganhou US$ 24 bilhões de ajuda dos países do Ocidente. A medida visa estabilizar o rublo, moeda do país, e financiar suas importações.

Esse foi um dos pontos acertados em Washington, nos EUA, em reunião do FMI, e é considerado uma reviravolta total de papéis em relação a tudo que o Fundo viu no passado. Dirigentes também ficaram eufóricos ao anunciar ainda a entrada de 13 ex-repúblicas soviéticas na entidade.

Na reunião, os EUA, campeões mundiais de dívida pública, acusaram a Alemanha de não controlar seu decifit orçamentário, e o G-7 (grupo dos sete países mais ricos), considerados inimigos da intervenção econômica, exigiram investimentos do Estado para segurar a recessão japonesa.

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CULTURA

Reprodução
A gravura "Rio Botânico", de Lívio Abramo, criada em 1953
A gravura "Rio Botânico", de Lívio Abramo, criada em 1953

O artista plástico brasileiro Lívio Abramo, um dos grandes reformadores da gravura, morreu anteontem, aos 88 anos, em Assunção, no Paraguai. Atropelado por um automóvel no ano passado, ele apresentava o organismo debilitado e morreu devido a problemas que afetaram seu coração.

Militante de esquerda, com participação política constante até sair do país, há 30 anos, ele dizia que "é preciso que os artistas não se esqueçam de que vivem numa sociedade onde o homem geralmente é esmagado por forças superiores a ele".

Nascido em Araraquara (SP), tornou-se gravador aos 23 anos, mas era também pintor e desenhista. No ano passado, Abramo causou polêmica com uma série de desenhos na 21ª Bienal Internacional de São Paulo. Foi dos poucos artistas da mostra que concentraram seus trabalhos no homem, em oposição aos temas majoritários de ecologia, técnica de arte ou tecnologia.

Chefe do Departamento de Artes Plásticas do Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil no Paraguai, Abramo vinha enfrentando dificuldades financeiras e chegou a realizar um movimento de artistas para tentar apoio da Secretaria Nacional de Cultura.

Folhapress - 2.jan.1977
O artista plástico Lívio Abramo, radicado no Paraguai desde 1962, e que morreu anteontem
O artista plástico Lívio Abramo, radicado no Paraguai desde 1962, e que morreu anteontem

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ESPORTE

Vinte anos após a Olimpíada de Munique, na Alemanha, em 1972, o Brasil vai ter novamente uma representante feminina no hipismo olímpico.

Juan Esteves - 8.abr.1992/Folhapress
A amazona Roberta Araújo, que vai representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona
A amazona Roberta de Araújo, representante do Brasil em Barcelona

Roberta de Araújo, 24, estará em Barcelona (Espanha) para competir na prova de adestramento, um dos únicos esportes em que homem e mulher competem em igualdade.

Vice-campeã brasileira de adestramento na categoria júnior em 1984 e campeã paulista na mesma modalidade em 1985, Roberta treina na Alemanha desde 1989.

Em 1972, as representantes brasileiras na categoria foram Ingrid Borghoff e Sílvia Racy.

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FRASE

"A essência do programa econômico é mais importante do que uma ou outra pequena diferença."

MARCÍLIO MARQUES MOREIRA,
ministro da Economia, ao argumentar que o não cumprimento de algumas metas previstas na carta de intenções do Brasil ao FMI será aceito pelo Fundo

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Leia mais no Acervo Folha

No pavilhão do Rio Centro, em Jacarepaguá (zona oeste), sede oficial da Eco-92, foi instalado um relógio que trazia angústia para os que defendem o controle de natalidade.

O motivo é que, durante a conferência, os números da população mundial iam sendo atualizados e comparados com a quantidade de terra disponível para a plantação de alimentos no planeta.

 

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