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21/05/2012 - 21h18

Evento paralelo à conferência vai simular negociação sobre clima

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DENISE MENCHEN
DO RIO

Tratado de forma tímida nas negociações oficiais da Rio+20, o problema das mudanças climáticas será o tema principal de um evento paralelo que reunirá ao menos três ex-presidentes brasileiros, o secretário-geral da Eco-92, Maurice Strong, e os músicos Gilberto Gil e Andy Summers, do The Police.

Apresentado nesta segunda-feira pelo deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), o Rio/Clima tem como objetivo indicar um caminho para o enfrentamento do aquecimento global. O evento reunirá políticos, empresários, economistas, cientistas e acadêmicos de 17 países ou blocos de países.

Estarão representados tanto aqueles que mais emitem gases de efeito estufa quanto os que são mais vulneráveis às mudanças climáticas.

Entre os dias 13 e 15 de junho, serão realizados debates com o objetivo de definir propostas para a redução das emissões, a adaptação às alterações do clima e o financiamento da economia de baixo carbono. Depois, no dia 18, políticos e ex-políticos dos países participantes simularão a negociação de um acordo do clima. Os encontros serão realizados na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio).

"O objetivo é construir um cenário que mostre que é possível, sim, evitar o aquecimento", explicou Sirkis, para quem isso poderá mobilizar a sociedade. Segundo ele, o encontro também fará recomendações para os chefes de Estado que se reunirão na Rio+20 entre 20 e 22 de junho e para os negociadores da COP 18, reunião da convenção do clima que será realizada em dezembro no Qatar.

O deputado diz ainda que o evento pretende projetar o Rio como um "think tank" das questões climáticas, com "propostas criativas e ousadas" para o problema.

Dentre os países ou blocos de países participantes estão a África do Sul, a China, a Índia, a União Europeia, os Estados Unidos, a Indonésia e as Maldivas.

Nem todos os países, porém, enviarão delegações completas, compostas por cientistas, empresários e políticos. "Já mandamos mais de 20 cartas para deputados americanos, mas não conseguimos nenhum ainda", exemplificou Sirkis.

Segundo ele, entre as presenças já confirmadas estão a dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso -- Lula ainda será convidado.

Também são aguardados o ex-secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, e o secretário-geral da Eco-92, Maurice Strong.

O show de encerramento, no dia 21, no Forte de Copacabana, será comandado por Gilberto Gil e pelo baterista do The Police, Andy Summers, que receberão convidados no palco.

Presente ao lançamento do evento, o secretário estadual de Ambiente do Rio, Carlos Minc, elogiou a iniciativa de dar projeção às questões climáticas durante a Rio+20. "Apesar de todos os esforços e apesar da recessão, a temperatura continua subindo. Juntar mais de cem chefes de Estado e não tentar avançar nessa questão seria muito ruim", disse.

Sirkis também aproveitou a ocasião para criticar os chamados "céticos do clima", que rebatem os argumentos de que o aquecimento global seja causado pelo homem.

"O negacionismo climático é minoritário, mas estridente. Ele provoca na mídia um processo muito parecido com o que causava no passado o negacionismo do holocausto ou um médico que ia para a TV dizer que cigarro não causa câncer de pulmão", comparou. "Isso dá audiência porque é nisso que as pessoas preferem acreditar."

 

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