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10/07/2012 - 11h56

Redes de tráfico de chifres de rinoceronte atacam agora leão sul-africano

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DA EFE

Os ossos do leão sul-africano, utilizados para fazer poções tradicionais, se transformaram no novo negócio das máfias asiáticas que se dedicam ao tráfico do chifre de rinoceronte, ao qual são atribuídas propriedades medicinais na Ásia.

"As mesmas máfias que traficam chifres de rinoceronte estão comercializando ossos de leão", assegura Jo Shaw, especialista em comércio e tráfico de espécies do fundo para a proteção da vida selvagem da África Austral (EWT, na sigla em inglês).

O novo objetivo das máfias ficou evidente em setembro do ano passado, quando a polícia sul-africana conseguiu desmontar a maior rede de tráfico de chifres de rinoceronte até o momento, da qual participava um criador de felinos, que se dedicava à falsificação de permissões de caça para ambas as espécies.

Um cidadão tailandês detido anteriormente por posse ilegal de ossos de leão também participava da organização.

O aumento da demanda nos mercados asiáticos, em substituição aos ossos de tigre, elevou o preço de um esqueleto de leão de US$ 4 mil em 2010 para US$ 10 mil este ano, segundo site da ONG britânica Lion Aid.

O chifre de rinoceronte tem preços superiores aos do ouro em alguns mercados negros asiáticos.

"Ainda não sabemos quais podem ser as consequências do aumento deste comércio sobre os leões selvagens", reconhece Shaw, cuja organização vai realizar um estudo, junto à Universidade de Oxford, para analisar o impacto da demanda asiática.

No entanto, os conservacionistas temem agora que os felinos sul-africanos se transformem em um negócio tão lucrativo quanto o dos rinocerontes, e que os animais comecem a ser vítimas da mesma caça ilegal que abateu neste ano quase 270 "rinos", segundo a rede de Parques Nacionais da África do Sul.

"O comércio de ossos de leão é uma realidade na África do Sul, e aumentou desde que a caça de tigres se tornou cada vez mais complicada", diz Kelly Marnewick, especialista em felinos do EWT.

"Nossa maior preocupação não é só a caça de leões, mas também que comecem a caçar outras espécies mais sensíveis, como leopardos e guepardos, já que é quase impossível distinguir uns ossos de outros", afirma a conservacionista sul-africana.

Para tentar frear o tráfico de ossos de leão, uma campanha na internet conseguiu quase 650 mil assinaturas de apoio desde o dia 28 de junho, e se transformou em um fenômeno através do Facebook.

A iniciativa, que começou no site da Avaaz, uma organização que propõe ações cidadãs em favor de causas sociais, reivindica um milhão de assinaturas para exigir do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que proíba o tráfico desses animais.

"Centenas de leões sul-africanos estão sendo esquartejados para a fabricação de falsas poções sexuais para homens asiáticos, mas uma campanha global pode acabar com este cruel comércio", indica o site da Avaaz.

Além disso, a iniciativa acrescenta que "os leões são criados em péssimas condições para sua caça, onde turistas endinheirados atiram contra eles através das cercas".

"Os analistas temem que o aumento do valor (dos ossos destes mamíferos) acabe desencadeando a caça ilegal dos 20 mil leões que vivem em estado selvagem na África", acrescenta a Avaaz.

Reynold Thakhuli, responsável de Comunicação do Parque Kruger, a maior reserva natural da África do Sul e a mais castigada pela caça ilegal de rinocerontes, afirma que nenhum felino do parque até agora foi vítima da prática.

 

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