Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/06/2010 - 14h58

BP avança contra vazamento; mancha aproxima-se da Flórida

Publicidade

da France Presse, em Nova Orleans

Um terço das águas do Golfo do México estão proibidas à pesca devido à mancha de óleo que se aproxima da Flórida, mas a BP informou nesta quinta-feira ter conseguido algum avanço em sua tentativa de interromper o vazamento, jogando no mar milhões de litros de um controverso dispersante.

A companhia conseguiu cortar o cano pelo qual o óleo vaza, utilizando uma espécie de "tesoura gigante" e tentará agora colocar um funil para sugar o petróleo para as embarcações na superfície, informou o almirante da Guarda Costeira americana, Thad Allen.

O almirante revelou também que a BP jogou ao mar cerca de 4 milhões de litros de dispersante para combater a mancha de óleo. Muitos especialistas afirmam que o produto químico pode provocar muitos problemas uma vez dissolvido no fundo do mar, afetando a vida marinha.

Allen descartou, até o momento, a possibilidade de deter o vazamento com uma explosão nuclear. "Isso não foi seriamente considerado", afirmou. "Antes de considerar essa opção, há muitas outras a serem tentadas", completou. A ideia, utilizada pela ex-URSS, envolve provocar uma pequena explosão nuclear capaz de derreter a rocha em volta do poço e deter o fluxo de petróleo.

Paralelamente, em Londres, o presidente da BP reconheceu que a empresa não estava preparada para um acidente como esse.

"Não há dúvida de que não possuímos os instrumentos dos quais necessitamos", disse o principal executivo da BP, Tony Hayward.

A BP fracassou durante seis semanas em todas as tentativas de deter o vazamento de petróleo, que já se tornou o pior da história dos Estados Unidos, desde que a plataforma explodiu em 20 de abril, afundando a 1.500 km de profundidade.

A Casa Branca informou que o presidente Barack Obama fará sua terceira visita à região do Golfo do México, na sexta-feira, para inspecionar as tarefas que pretendem colocar fim ao gigantesco desastre.

O vazamento provocou uma enorme mancha de óleo que contaminou a costa de Lousiana, que se aproxima das praias da Flórida e obrigou a interromper as atividades de pesca em um terço do Golfo do México.

Algumas manchas de petróleo foram vistas nas últimas horas no mar em dezenas de quilômetros da praia de Pensacola, importante centro turístico do Flórida, e os meteorologistas já disseram que é quase certo que a mancha chegará à costa.

A mancha "deverá atingir a costa do estado nas próximas horas", disse um funcionário da Agência de Proteção do Meio Ambiente da Flórida, na véspera da temporada de furacões no Hemisfério Norte.

As agências de classificação de risco Fitch e Moody's rebaixaram nesta quinta-feira a nota da BP, alegando riscos financeiros pelo vazamento.

A Fitch anunciou em um comunicado ter rebaixado de "AA+" para "AA" com perspectiva negativa a nota da British Petroleum (BP). Essas notas mantiveram o grupo entre "os emissores de alta qualidade".

A Moody's, por sua vez, rebaixou a nota de crédito da BP de "AA1" para "AA2", levando em conta que a mancha de óleo "acarreta custos importantes para contê-la e limpá-la, assim como gastos legais importantes".

O derramamento de petróleo já quase triplicou seu tamanho em um mês e tem uma dimensão de 24.400 km§2§, semelhante ao estado de Maryland (nordeste de EUA) ou mais que o dobro da Ilha de Jamaica, segundo imagens de satélite divulgada em Miami.

O governador da Flórida, Charlie Crist, declarou emergência na costa sobre o Golfo do México e em condados do sul do estado, inclusive Miami, onde se teme que a corrente marítima possa impulsionar parte da mancha de óleo.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página