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Palestinos pedem ajuda do Brasil para reconhecimento na ONU
DA BBC BRASIL
Às vésperas da visita do chanceler brasileiro Antonio Patriota ao Oriente Médio, o principal negociador palestino, Saeb Erekat, pediu que o Brasil ajude os palestinos a obter reconhecimento como Estado não-membro das Nações Unidas.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, deverá visitar Israel no próximo domingo (14) e na segunda feira (15) irá aos territórios palestinos, em sua primeira visita à região desde que assumiu o cargo.
"Esta visita é de extrema importância para nós, palestinos" disse Saeb Erekat à BBC Brasil, "principalmente, neste momento em que estamos nos preparando para pedir o reconhecimento da Assembleia Geral da ONU".
No ano passado, já houve uma tentativa por parte do presidente palestino, Mahmoud Abbas, de obter o reconhecimento da ONU, por intermédio de um pedido dirigido ao Conselho de Segurança.
No entanto, a reivindicação de reconhecimento como membro pleno das Nações Unidas fracassou por causa do veto americano.
Em novembro deste ano, os palestinos pretendem se dirigir à Assembleia Geral, na qual os Estados Unidos não têm direito de veto, e pedir um reconhecimento parcial, como Estado não-membro.
Com esse tipo de status, os palestinos terão acesso a várias agências das Nações Unidas e ao Tribunal Penal Internacional.
De acordo com Erekat, o novo status servirá como meio para "salvar a solução de dois Estados".
"O governo israelense tem feito todos os esforços para destruir a solução de dois Estados, ampliando os assentamentos e criando uma realidade de apartheid", disse o negociador palestino, "Esperamos que o Brasil apoie nossa iniciativa e também exerça sua influencia, como líder regional, para que outros países da América do Sul a apoiem", acrescentou.
A embaixadora Ligia Maria Scherer, chefe do escritório de Representação do Brasil na Autoridade Nacional Palestina, reiterou o apoio do Brasil à admissão do Estado Palestino como "membro pleno" da ONU, conforme o discurso da presidente Dilma Rousseff na Assembleia Geral da ONU em setembro.
Durante a visita a Ramallah, o chanceler brasileiro deverá se encontrar com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, com o chanceler Riyad Al Malki, com o primeiro-ministro Salam Fayyad além de Erekat.
Em Israel, Patriota também deverá se reunir com os principais líderes do país: o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, o presidente, Shimon Peres, e o chanceler, Avigdor Lieberman.
De acordo com o porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, durante a visita, "serão discutidos assuntos bilaterais e regionais".
Para a embaixadora do Brasil em Israel, Maria Elisa Berenguer, "o relacionamento Brasil-Israel vem se intensificando cada vez mais, principalmente, desde a visita do presidente Lula ao país, em março de 2010".
A embaixadora disse à BBC Brasil que "o diálogo politico sobre as questões regionais é parte importante de nossa relação bilateral".
"Nesse contexto, estamos preocupados com a falta de progresso nas negociações entre Israel e Palestina porque acreditamos que uma solução para essa questão é essencial para o bem-estar de ambos os povos", acrescentou.
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