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06/05/2011 - 13h47

Pela paz, mexicanos fazem marcha de quatro dias em protesto silencioso

DA BBC BRASIL

Uma marcha silenciosa pela paz no México teve início nessa quinta-feira na cidade de Cuernavaca, no Estado de Morelos, e deve atravessar dezenas de cidades e vilarejos do país até chegar à capital, Cidade do México, no domingo.

O objetivo da manifestação é protestar contra a morte de dezenas de milhares de pessoas em crimes relacionados ao narcotráfico.

A marcha de cerca de 80 quilômetros, que tem a participação de diversas organizações de defesa dos direitos humanos, foi convocada pelo poeta Javier Sicilia, cujo filho foi assassinado há um mês durante um tiroteio ligado ao crime organizado.

Levando cartazes pedindo o fim da guerra mexicana, os manifestantes denunciam casos de violência que envolvem sequestros, massacres, desaparecimentos, homicídios e, na maioria dos casos, impunidade, de acordo com o jornal mexicano La Jornada.

Sicilia pede que mais pessoas afetadas pela violência se unam à marcha.

"Também somos culpados, por omissão, porque não fiscalizamos as autoridades que não cumpriram sua obrigação de garantir a segurança."

PRESIDENTE

Pouco antes do início da marcha, Sicilia disse ao jornal El Universal que o presidente mexicano, Felipe Calderón, não havia entendido sua mensagem.

"Não estamos contra o governo. Apenas pedimos à classe política e ao presidente que nos ouçam e que entendam que estamos buscando o bem da nação e uma paz com justiça e dignidade", afirmou o poeta.

Na véspera da marcha, o presidente fez apelo convocando a população para que apóie seu luta contra o crime organizado.

"A compreensão e o apoio de toda a sociedade são essenciais, porque algumas pessoas, agindo de boa ou de má fé, estão tentando impedir a ação do governo", disse o presidente em discurso transmitido em rede nacional na quarta-feira.

Ele rebateu críticas ao seu programa de combate à violência, que teve início em dezembro de 2006 e usa o Exército contra os cartéis. Desde então, cerca de 35 mil mexicanos morreram em crimes ligados ao tráfico.

"Precisamos redobrar os esforços porque, caso contrário, eles vão roubar, sequestrar e matar por todo o país."

IMPUNIDADE

A organização Anistia Internacional aderiu à marcha, de acordo com jornal El Universal.

"Com nossa participação, pretendemos enviar uma mensagem de solidariedade às famílias que sofrem com os altos índices de violência no país", disse Alberto Herrera Aragón, diretor da organização no México, que também pediu o fim da impunidade.

Além dos 35 mil mortos, a guerra contra e entre os cartéis já obrigou cerca de 230 mil mexicanos a deixar suas casas nos últimos anos, de acordo com uma estimativa da organização IDMC, que monitora deslocamentos internos ao redor do mundo.

Metade dessas pessoas se exilou nos Estados Unidos e o restante, em outras partes do México. Segundo o levantamento, os estados mais afetados são Chihuahua e Tamaulipas, no norte do país, além de Michoacán e Sinaloa, no oeste, onde há forte presença dos cartéis.

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