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Empresas não podem ser cúmplices de governos repressores, adverte Anistia
DA BBC BRASIL
Empresas provedoras de internet e de telefonia móvel ou que têm sites de relacionamento social não podem ser coniventes com governos que tentam restringir a disseminação de informações entre sua população, adverte a ONG Anistia Internacional.
A advertência, feita no relatório anual da organização, divulgado nesta quinta-feira, tem como alvo a repressão ao uso desses instrumentos por parte de governos do Oriente Médio e do norte da África acuados por protestos pró-democracia organizados por meio do uso de novas mídias.
"Essas empresas não devem ser marionetes nem cúmplices de governos repressores que querem espionar e sufocar a livre expressão de seu povo", afirma o relatório da Anistia Internacional.
Para a organização, os recentes levantes populares na região representam uma "oportunidade sem precedentes de mudança na situação dos direitos humanos" no mundo e um "momento histórico de mudança".
'Fio da navalha'
A ONG adverte, porém, que essa oportunidade está "no fio da navalha", por conta da repressão e à limitação à liberdade de expressão impostas por governos da região em resposta aos protestos.
"As pessoas cansaram de viver com medo. Uma gente corajosa, estimulada por lideranças jovens, resolveu se erguer em defesa de seus direitos, enfrentando balas, tanques, gás lacrimogêneo e espancamentos", comenta o secretário-geral da organização, o indiano Salil Shetty.
"Essa bravura - combinada com as novas tecnologias que estão ajudando os ativistas a denunciarem e suplantarem a repressão governamental da livre expressão e das manifestações pacíficas - é um sinal para os governos repressores de que seus dias estão contados", afirma.
Ele observa, porém, que "as forças da repressão estão reagindo com fúria". "A comunidade internacional não pode desperdiçar esta oportunidade inédita de mudança e deve garantir que esse despertar dos direitos humanos que vimos em 2011 não se torne uma ilusão", disse.
Para a Anistia, as mídias sociais deram força a um novo tipo de ativismo, que agora os governos tentam controlar.
"Como vimos na Tunísia e no Egito, a tentativa dos governos de impedir o acesso à internet ou de cortar as linhas de telefonia móvel é um tiro que pode sair pela culatra", observa o relatório. "Ainda assim, eles tentam fazer o que podem para recobrar o domínio da situação ou para usar essas tecnologias contra os ativistas", diz.
Para o secretário-geral da organização, os governos poderosos, que até pouco tempo atrás davam um "apoio cínico" aos países repressores, subestimando a sede de liberdade e justiça de seus povos, devem agora apoiar os movimentos de reformas nessas nações.
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