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Ladrões guardam produto do roubo em cofre do banco roubado
MÁRCIA CARMO
DA BBC BRASIL PARA BUENOS AIRES
A polícia argentina descobriu que ladrões que participaram de um dos maiores roubos a banco realizados no país guardaram parte do produto do roubo no cofre da própria rede bancária roubada.
"Recuperamos parte do dinheiro e jóias roubadas que eles guardaram em cofres do próprio banco", disse o chefe da Divisão de Furtos e Fraudes da Polícia Federal, Atílio Vicentín.
Segundo ele, a polícia encontrou um quilo e meio de jóias e um total de US$ 415 mil, que estavam em três cofres --dois na própria agência roubada, no bairro de Belgrano, e um na agência central, do Banco Província, de Buenos Aires.
"O restante do roubo está no Brasil e em Miami e estamos avançando nesta investigação", disse o delegado a jornalistas.
Policia Federal Argentina | ||
Polícia encontrou um quilo e meio de jóias e um total de US$ 415 mil em três cofres --dois na própria agência roubada |
ANO NOVO
O caso foi destaque na imprensa internacional em janeiro de 2010. Os ladrões agiram na noite de Ano Novo em Buenos Aires, arrombando 136 cofres e levando, segundo a polícia, U$$ 8 milhões, 1,8 milhão de pesos e R$ 15 mil, além de euros e libras, totalizando quase US$ 10 milhões.
Na ocasião, agentes da Polícia Federal brasileira estiveram em Buenos Aires porque desconfiaram que brasileiros poderiam estar envolvidos, já que os procedimentos do crime foram semelhantes aos usados no assalto ao Banco Central, em Fortaleza. Eles trouxeram provas do crime em Fortaleza para serem comparadas com os dados da polícia argentina.
Mas, naquela ocasião, segundo adidos da Polícia Federal na embaixada do Brasil, não teria sido comprovada a participação de brasileiros.
Vicentín disse que a polícia desconfiou que os ladrões tiveram apoio de empregados do banco Província na hora de cavar um túnel de 30 metros de profundidade que terminava dentro do tesouro, onde estão os cofres.
E que foi esta desconfiança que os levou a constatar que parte do produto do roubo estava nos cofres. "Não seria tão simples fazer este túnel sem o apoio de alguém de dentro do banco", afirmou.
EX-FUNCIONÁRIO
Os cofres estavam no nome da irmã de um dos foragidos. Ambos teriam trabalhado no banco. Ele, nos anos 1990 e foi demitido. Ela teria sido uma gerente do banco até janeiro quando pediu demissão poucos dias após o roubo.
O delegado afirmou ainda que alguém colocou uma espécie de GPS, usado no setor de mineração, dentro dos cofres. Com essa ajuda eletrônica, afirmou, os ladrões eram orientados na hora de fazer o túnel, que durou dois meses para ser construído.
Seis pessoas foram presas e três, disse ele, estão foragidas. Entre elas, o ex-bancário e a irmã.
"Quase todos os cofres foram violados menos os dela, o que nos levou a desconfiar que ali poderia estar o roubo", disse.
Com uma autorização judicial, os agentes da policia federal arrombaram os cofres onde encontraram o produto do roubo.
O uso de cofres é comum na Argentina, onde, devido à tradicional desconfiança no setor bancário, os correntistas se sentem mais seguros depositando dinheiro e jóias nestas caixas de segurança.
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