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13/08/2011 - 07h35

Metrópoles da América Latina podem virar entrave ao crescimento, diz relatório

DA BBC BRASIL

Um relatório da consultoria McKinsey diz que as megalópoles latino-americanas, como Rio e São Paulo, precisam entrar em um caminho de desenvolvimento sustentável se não quiserem se tornar um entrave para o desenvolvimento da região.

Sem reformas, América Latina pode virar refém do mundo exterior, diz "Economist"

Antes apontadas como uma fonte de dinamismo econômico, hoje as megacidades do continente podem perder sua majestade de "dínamo" se não investirem em planejamento urbano, defende o relatório, "Construindo cidades globalmente competitivas: a chave para o crescimento latino-americano".

Rio e São Paulo, as duas metrópoles brasileiras, são citadas como exemplos de localidades que até 1970 costumavam crescer mais do que a média nacional e, atualmente, passam longe desse índice.

"As bases institucionais, sociais e ambientais dessas cidades não acompanharam o ritmo de crescimento populacional", e como consequência elas hoje são "congestionadas, mal planejadas e perigosas".

A América Latina é a região emergente mais urbanizada do planeta. Quase 80% da população do continente vive em cidades, e esse percentual deve aumentar para 84% até 2025, cita o relatório.

As 198 maiores cidades da região respondem, juntas, por 60% do PIB regional, sendo que metade deste desempenho se deve às dez maiores.

"A América Latina já se beneficiou da grande fatia dos ganhos fáceis trazida pelas populações urbanas em expansão. Hoje, a maioria das grandes cidades da América Latina se debate com trânsitos congestionados, deficits habitacionais e poluição, todos eles sintomas da deseconomia de escala", afirma o documento.

"Para que as maiores cidades da região possam sustentar seu crescimento, elas precisam ser capazes de abordar os desafios não apenas do desempenho econômico, mas também das condições sociais vividas por seus cidadãos, do uso sustentável de recursos e da solidez de suas finanças e governança."

Se comparada com outras metrópoles mundiais, avalia o relatório, as da América Latina sofrem mais gravemente de problemas como falta de moradia, educação e sistema de saúde precários, além da ineficiência na distribuição energética e no manejo do lixo.

QUALIDADE DE VIDA

O relatório define as grandes cidades como aquelas com população acima de 200 mil habitantes. Nesta categoria estão 198 cidades da região.

"Bases institucionais, sociais e ambientais dessas cidades não acompanharam o ritmo de crescimento populacional, tornando-as congestionadas, mal planejadas e perigosas"

Dentro deste grupo estão as quatro megacidades com população acima de 10 milhões de habitantes - Rio, São Paulo, Buenos Aires e Cidade do México.

Os analistas creem que é no grupo intermediário onde se nota mais dinanismo. Neste grupo estão urbes de médio porte como Curitiba, Florianópolis, Mérida (no México) e Medelín (na Colômbia).

A McKinsey prevê que nos próximos 15 anos essas cidades cresçam acima das médias nacionais, diferentemente das 10 metrópoles regionais, que no momento estão exacerbando os problemas nacionais, em vez de mitigá-los. A exceção é feita ao Rio de Janeiro, que vai ter grandes investimentos por causa do pré-sal e da Copa e Olimpíada.

Para reverter esse quadro, é precisa investir em planejamento urbano. Apneas para lidar com a falta de moradia, a região precisar de US$ 3 trilhões até 2025.

Além da moradia, o transporte é o outro problema crucial a ser resolvido. Curitiba é citada como exemplo de sucesso nessa área, por ter conseguido tornar 54% das viagens feitas na cidades em transporte público e não em veículos particulares.

Apesar disso, segundo o relatório, é preciso fazer mais diante do crescimento do número de veículos particulares nos próximos 15 anos. As principais sugestões vêm de exemplos na Ásia e Europa, onde se investiu de parcerias com o setor privado e, apesar de caro, no metrô.

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