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16/02/1913 - 05h02

Queda teve impacto como o de arma nuclear

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GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

O rastro de destruição deixado pelo meteoro na Rússia não foi causado pelos destroços do objeto em si, mas pela reação que sua entrada na Terra causou.

"Com o atrito da atmosfera, o meteoro explodiu antes de atingir o chão", explica a pesquisadora do Observatório Nacional Daniela Lazzaro, chefe do projeto Impacton, que monitora objetos nas redondezas da Terra.

A reação é similar à explosão de uma bomba atômica.

Um equipamento usado para monitorar testes de armas nucleares indicou que foram liberados 300 quilotons de energia --mais do que os testes feitos nesta semana pela Coreia do Norte.

A violência da entrada do objeto também fez a terra tremer. Os abalos foram comparados a um terremoto de magnitude 2,7 na escala Richter.

Apesar de forte, o sismo ainda está bem longe do que foi causado pela queda do meteorito de Tunguska, também na Rússia, que atingiu 5 graus em 1908.

Astrônomos de todo o mundo foram unânimes em decretar: não há motivo para pânico. As chances de alguém ser atingido por um meteorito são muito baixas.

"O que aconteceu na Rússia foi uma fatalidade", diz Fernando Roig, cientista do Observatório Nacional que estuda a dinâmica de pequenos corpos no Sistema Solar.

Editoria de arte/Folhapress

Em entrevista coletiva convocada às pressas após o incidente, a Nasa disse que não há problemas com o sistema de detecção de objetos que se aproximam da Terra.

Segundo a agência, o meteoro era provavelmente um pequeno asteroide que se aproximou da Terra ofuscado pela luz do dia.

"Pela maneira como esse objeto se aproximou, com a luz do dia, ele era de detecção virtualmente impossível pelos telescópios da Terra, que só conseguem operar à noite", disse Paul Chodas, do departamento de objetos próximos à Terra da Nasa.

Para Roig, mesmo se o objeto tivesse sido detectado com alguns dias de antecedência, pouco poderia ter sido feito para evitar o choque.

Mesmo com as explicações dos cientistas, uma onda de preocupação com prováveis ameaças vindas do espaço invadiu a internet. E não faltou quem criticasse a Nasa.

A fundação B612, ONG que pretende lançar um telescópio privado para monitorar asteroides, aproveitou para publicar recentes esforços de seus diretores para chamar a atenção para uma suposta negligência com os bólidos.

 

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