Publicidade
Publicidade
Exame acha artérias entupidas em múmias antigas
Publicidade
NICHOLAS BAKALAR
DO "NEW YORK TIMES"
A aterosclerose --o acúmulo de gorduras e colesterol nas paredes das artérias que podem levar a acidente vascular cerebral e doença cardíaca - é geralmente considerada um problema dos tempos modernos, um resultado de dietas gordurosas e estilos de vida sedentários. Mas um novo exame de múmias de culturas antigas sugere que a doença apareceu muito antes da chegada da junk food e dos televisores de tela plana.
Pesquisadores realizaram tomografias computadorizadas em 137 múmias, incluindo egípcias e peruanas.
Michael Miyamoto/Associated Press | ||
Múmia egípcia Hatiay sendo submetida à tomografia na cidade do Cairo no Egito |
Os exames foram avaliados por sete especialistas em imagens que identificaram a aterosclerose pela presença de calcificação nas paredes das artérias ou ao longo do percurso esperado de uma artéria que deixou de ser visível.
Pesquisas anteriores já haviam encontrado evidências de aterosclerose em múmias egípcias, mas a mumificação no Egito era praticada entre a elite, cuja dieta e estilo de vida, provavelmente, diferem substancialmente da do resto da população.
De fato, este estudo, publicado on-line na revista "Lancet" no domingo (10), encontrou aterosclerose em 29 das 76 múmias egípcias examinadas.
Mas os pesquisadores também descobriram a doença em 13 das 51 múmias peruanas datadas entre o ano 200 e 1500, duas das cinco múmias dos ancestrais de índios norte-americanos que viveram entre 1500 a.C. e 500 d.C. no sudoeste dos EUA, e três das cinco múmias das Ilhas Aleutas, no Alasca, que viveram nos séculos 19 e início de 20.
Ao todo, 38% dos egípcios e 29% das outras múmias continham evidência definitiva ou provável de aterosclerose, concluíram os cientistas.
Michael Miyamoto/Associated Press | ||
Múmia egípcia Hatiay sendo retornada ao seu sarcófago após a tomografia na cidade do Cairo no Egito |
O autor, Gregory S. Thomas, cardiologista e diretor médico no Long Beach Memorial Medical Center, em Long Beach, Califórnia, disse que, entre as múmias de pessoas com 40 anos ou mais, 50% tinham aterosclerose.
Dieta e clima variaram entre esses quatro grupos. Os egípcios podem ter comido uma dieta rica em gordura saturada. Os peruanos cultivavam milho, batata e feijão, e eles tinham animais domésticos. Os índios americanos plantavam milho e caçava coelhos, cervos e ovelhas, enquanto o habitantes das Ilhas Aleutas subsistiram com uma dieta de peixe, marisco, focas, lontras marinhas e baleias.
"Os pacientes com doença vascular se sentem culpados por tê-la, mas eles não devem se sentir culpados", disse o Thomas. "É parte do processo de envelhecimento. Se as pessoas já tinha a doença há 4.000 anos e em quatro culturas diferentes, por que não teríamos isso agora? "
+NOTÍCIAS EM CIÊNCIA
- Cientistas criam orelha impressa em 3D
- Lua de Plutão pode ganhar nome de Vulcano, planeta do Sr. Spock
- Curiosity confirma primeira amostra de rocha perfurada
+ CANAIS
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Gel contraceptivo masculino é aprovado em testes com macacos
- Sons irritantes de mastigação fazem parte do cérebro entrar em parafuso
- Continente perdido há milhões de anos é achado debaixo do Oceano Índico
- Por que é tão difícil definir o que é vida e o que são seres 'vivos'
- Conheça as histórias de mulheres de sucesso na Nasa
+ Comentadas
- Criatura em forma de saco e sem ânus poderia ser antepassado do homem
- Atritos entre governo estadual e Fapesp são antigos, dizem cientistas
+ EnviadasÍndice