Polêmica faz Poli mudar gincana para integração de calouros

A diretoria da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) decidiu nesta terça-feira mudar a programação do IntegraPoli, semana de integração de calouros da faculdade.

A medida ocorreu após polêmica em torno de atividades de uma gincana organizada por alunos veteranos.

Grupos feministas disseram em redes sociais que algumas atividades tinham cunho machista. O evento está previsto para começar no dia 15.

Divulgada na internet, a lista da gincana tinha itens como "construir uma metralhadora de elásticos para ser testada em uma bixete [caloura] de biquíni".

Outro trecho sugeria que estudantes surpreendessem alunas com jatos de esperma. O link de um vídeo de um site pornográfico foi anexado à programação para exemplificar como a ação deveria ser feita.

"A gente estuda bastante para, depois, andar pela USP e ser tachado de machista", disse um estudante do segundo ano de engenharia de produção. Ele pediu para não ser identificado.

O diretor da Poli, José Roberto Cardoso, disse que a nova programação pretende retomar a arrecadação de alimentos e roupas para serem doados a instituições de caridade, tradicional ação do IntegraPoli.

Ele se reuniu com os organizadores do evento na tarde de hoje. "O objetivo agora é mudar as atividades de tal modo a evitar qualquer outro entendimento que não seja aquele de integração de alunos com o ambiente da universidade", diz Cardoso.

O Grêmio Acadêmico, grupo que organiza o evento há 31 anos, disse em uma nota publicada no Facebook que preza pela integração dos alunos, incentivando a criatividade.

Segundo a nota, um grupo feminista da USP deturpa informações e "demoniza o tradicional evento".

"Os vídeos que servem de guia não passam de uma ilustração de comportamentos existentes na sociedade brasileira, não sendo permitido de maneira nenhuma que os Centros Acadêmicos realizem atividades ilícitas e/ou não consensuais", finaliza a nota.