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Suplemento de zinco é aposta para efeito do botox durar mais
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DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"
Um suplemento de zinco desenvolvido para aumentar o tempo de ação das aplicações de toxina botulínica, lançado nos EUA no ano passado, e que pode chegar por aqui ainda neste ano, foi tema de uma palestra no último simpósio de cosmiatria em São Paulo, realizada no fim do mês passado.
Os médicos que desenvolveram o comprimido publicaram, em abril, um pequeno estudo sobre seus efeitos no periódico "Journal of Drugs in Dermatology".
O suplemento, que combina zinco e uma enzima que aumenta sua absorção pelo organismo, foi testado em 72 pessoas submetidas às injeções para tratar rugas e espasmos musculares no rosto.
Quem recebeu o suplemento de zinco feito pelos médicos, da Faculdade de Medicina Baylor, do Centro de Câncer MD Anderson, do Hospital Metodista e da Universidade Weill Cornell, todos no Estado do Texas, nos EUA, teve um aumento de 30% na duração do efeito da toxina. Em geral, as injeções agem por cerca de seis meses.
De acordo com a dermatologista Ana Paula Meski, que falou sobre o suplemento no simpósio de cosmiatria realizado em São Paulo, a toxina botulínica precisa da presença de zinco nos músculos para fazer seu efeito.
A toxina interfere na comunicação entre nervos e músculos, causando paralisia. Uma das consequências disso é justamente a suavização das rugas de expressão.
Alguns alimentos, como ostras, peru e outros tipo de carnes, contêm zinco.
Mas, em outros, como pão integral, há uma substância que reduz sua absorção. Por isso os autores do estudo criaram um suplemento que combina o zinco com a fitase, enzima que facilita a absorção do nutriente.
EFEITO PROLONGADO
Segundo Meski, ainda são necessários mais estudos para comprovar a eficácia do suplemento. Mesmo assim, ela já está recomendando que seus pacientes tomem um suplemento de zinco dias antes de se submeter à aplicação da toxina botulínica.
"O uso do comprimido deve ser feito sob orientação médica, porque ele pode causar efeitos colaterais, como problemas gástricos", diz.
O dermatologista Davi de Lacerda destaca que os médicos há tempos desconfiam de que um fator externo, como a falta de zinco, tem influência sobre o tratamento. Isso porque às vezes, conta Lacerda, o mesmo paciente tem respostas diferentes a cada vez que recebe as injeções.
"Mas só no decorrer do uso clínico conheceremos o verdadeiro benefício dessa combinação", conclui Lacerda.
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