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Hospital de Barretos ganha robô para cirurgias
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ARARIPE CASTILHO
ENVIADO ESPECIAL A ARARAQUARA
O Hospital de Câncer de Barretos, que faz cerca de 1.400 cirurgias por mês via SUS (Sistema Único de Saúde), começa a realizar operações com um robô de alta precisão até novembro. Será o primeiro do interior paulista com a tecnologia.
Além de oferecer atendimento gratuito, a instituição é conhecida por manter boa parte de sua estrutura com doações de artistas e do setor privado. E o novo salto tecnológico também virá por aportes particulares.
A Cutrale, uma das gigantes da citricultura no Brasil, formalizou anteontem a doação de R$ 5 milhões para o hospital comprar o equipamento nos EUA.
Reprodução |
Operação feita com o robô Da Vinci |
A máquina pode ser usada em cirurgias de tumores urológicos, ginecológicos, de cabeça e pescoço e nos sistemas digestivos alto e baixo.
A meta é chegar a 600 procedimentos por ano. "Podemos nos tornar referência na América Latina nesse tipo de cirurgia porque o volume de casos atendidos em Barretos é muito grande", afirmou Henrique Prata, administrador do hospital.
A manutenção da máquina (US$ 300 mil anuais) será bancada durante cinco anos por Eunice Diniz, colaboradora da instituição.
Como o SUS não remunera cirurgias robóticas, segundo Prata, o custeio dos procedimentos virá de outras fontes tradicionais do hospital, como leilões de gado e ações beneficentes.
A própria Festa do Peão de Barretos, por exemplo, reverte parte de sua renda ao complexo de saúde local.
"Algumas pessoas [que vão a Barretos] não têm dinheiro para comer e será possível dar a eles o mesmo atendimento que encontrariam se fossem aos EUA ou para as capitais se tratar", diz Prata.
Carlos Otero de Oliveira, um dos diretores da Cutrale, disse que a empresa tomou a iniciativa "por acreditar na seriedade do hospital em levar atendimento a pessoas que jamais teriam esse tipo de oportunidade".
Na reunião com Prata e representantes no Brasil da Intuitive -fábrica dos robôs nos EUA-, Oliveira afirmou que a doação "vale mais pela atitude do que pelo valor em si".
Atualmente, robôs desse tipo são usados em três instituições particulares da capital paulista -Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz.
O Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) anunciou na semana passada que realizará cirurgias com robô até o final deste ano, mas com R$ 8 milhões do governo federal.
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