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Adolescentes brasileiros estão acima dos padrões internacionais de peso saudável
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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma pesquisa realizada pela Unifesp com 8.020 adolescentes entre 10 e 15 anos identificou que os adolescentes da cidade de São Paulo estão com o IMC (Índice de Massa Corporal) acima dos padrões internacionais, de acordo com idade e sexo, e que meninos estão mais obesos que meninas.
O estudo analisou alunos de 43 escolas públicas e privadas de cinco regiões de São Paulo e apontou que, no total, 25,56% estão com sobrepeso ou obesidade, sendo que a prevalência deste quadro em escolas públicas é de 23,13% e nas escolas particulares, 33,2%.
Segundo a pesquisadora Maria Aparecida Passos, do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Unifesp, a obesidade atinge uma população cada vez mais jovem.
No total, 9,89% dos alunos entrevistados eram obesos; 15,67% apresentavam sobrepeso; e 2,77% estavam abaixo dos parâmetros ideais. A pesquisa concluiu que 28,33% dos adolescentes apresentam algum tipo de problema, pois tanto sobrepeso, obesidade e o nível abaixo do considerado saudável são desvios nutricionais.
Entre os meninos, 27,8% eram obesos ou estavam com sobrepeso. Nas escolas particulares, 21% deles apresentavam sobrepeso e 18%, obesidade. Esses índices caem um pouco quando é analisado o grupo das escolas públicas, onde 14% dos meninos estão com sobrepeso e 10% com obesidade.
"A vida moderna e o sedentarismo criaram hábitos alimentares que causam esses resultados. Hoje, o aluno vai para a escola com dinheiro e as lanchonetes disponibilizam uma quantidade enorme de frituras, refrigerantes e outros alimentos calóricos. O adolescente está sempre com um refrigerante ou um salgadinho na mão", avaliou Passos. "Mesmo em casa, a falta de tempo e a praticidade dos congelados e semiprontos, além do consumo excessivo de alimentos ricos em açúcares e gorduras, favorecem o desequilíbrio da alimentação das famílias."
A obesidade também atinge 8,12% das meninas avaliadas que, somadas às 15,57% com sobrepeso, representam 23,69% da população feminina da pesquisa. Quando separadas por grupos, nas escolas particulares 20% delas têm sobrepeso e 8% são obesas. Nas escolas públicas, 15% estão com sobrepeso e 8% com obesidade.
Os dados foram coletados entre 2003 e 2004. A distribuição do IMC foi publicada em 2010 e comparada com parâmetros internacionais, o que comprovou que os níveis no Brasil estão acima da média. O grupo foi avaliado de acordo com seu estado nutricional; levantamento de dados antropométricos como relação de medidas entre cintura e quadril, circunferência de braços; peso; e questionário sobre hábitos alimentares e sedentarismo.
"O resultado direto, mesmo que não tenhamos exames clínicos, indica que já temos uma parcela da população apresentando distúrbios", avaliou a pesquisadora.
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