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20/08/2010 - 18h25

Sobe número de transtornos mentais tratados apenas com remédios nos EUA

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DA REUTERS

O número de casos de norte-americanos com problemas psiquiátricos tratados somente com remédio cresceu em comparação à década passada, enquanto a "terapia da conversa" --por si só ou em combinação com medicamentos-- está em declínio, indicou um novo estudo.

As implicações da tendência, assim como suas causas, não estão totalmente claras, de acordo com os pesquisadores. Mas eles acreditam que os resultados mostram que o atendimento a problemas de saúde mental está se redefinindo nos Estados Unidos.

Os resultados, publicados no "American Journal of Psychiatry", são baseados em dados de saúde do governo de duas pesquisas realizadas em 1998 e 2007.

Durante esse período, a porcentagem dos americanos que disseram ter feito pelo menos uma sessão de psicoterapia no ano passado manteve-se estável --pouco mais de 3% em 1998 e 2007.

No entanto, entre os americanos que receberam qualquer atendimento ambulatorial em saúde mental, a proporção dos tratados somente com drogas aumentou de 44% em 1998 para 57% em 2007.

Enquanto isso, o tratamento combinado com medicamentos e psicoterapia diminuiu de 40% a 32%, e o uso de psicoterapia sem remédios caiu de 16% em 1998 para cerca de 10% em 2007.

Os gastos nacionais com psicoterapia também diminuíram --de um total estimado em US$ 11 bilhões em 1998 para US$ 7 bilhões em 2007. As despesas mundiais em saúde mental permaneceram relativamente estáveis, --em US$ 15,4 bilhões em 1998 e US$ 16 bilhões em 2007-- o que sugere um aumento na proporção de gastos com a saúde mental dedicada aos tratamentos com drogas.

"Isso representa uma mudança bastante radical no tratamento da saúde mental, e não é necessariamente uma boa notícia para muitos pacientes", disse Daniel Carlat, professor de psiquiatria clínica da Tufts University School of Medicine, que não esteve envolvido no estudo.

"O que mais me preocupa é que houve uma queda de 20 no tratamento da combinação terapêutica com medicamentos. Tal tratamento 'integrativo' é muitas vezes o mais eficaz", de cordo com Carlat.

"Eu acho que há razão para preocupação", concordou Mark Olfson, professor de psiquiatria clínica da Universidade de Columbia, em Nova York, e um dos autores do estudo.

Ele disse que há evidências de que a terapia combinada para tratar a depressão, por exemplo, é superior à medicação sozinha.

Em entrevista, Olfson salientou que uma grande investigação sobre depressão em adolescentes descobriu que a terapia combinada foi frequentemente mais eficaz do que apenas drogas ou terapia da conversa. Nesse estudo, conhecido como TADS (da sigla em inglês para estudo do tratamento para adolescentes com depressão), a terapia de combinação foi mais eficaz para reduzir os pensamentos dos adolescentes suicidas, por exemplo.

No entanto, o estudo das tendências da psicoterapia descobriu que entre os americanos tratados com depressão, a proporção de medicamentos só aumentou de 41% em 1998 para 51% em 2007. A porcentagem daqueles que recebem tratamento de combinado caiu de 50% para 42*.

O "lado positivo", segundo Olfson, é a tendência de maior uso de medicação significa que algumas pessoas que podem não ter recebido qualquer assistência no passado, agora estão sendo tratadas.

"A saúde mental está evoluindo de uma forma que significa que mais pessoas estão recebendo tratamento. No entanto, não estão necessariamente fazendo o tratamento mais eficaz", explicou o pesquisador.

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