Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
31/08/2010 - 14h24

Correr por escadas de arranha-céus é a nova mania esportiva das metrópoles

Publicidade

IRENE RUBERTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os corredores se preparam para a largada, mas não vão percorrer pistas nem circuitos de rua. Eles terão de vencer centenas de degraus para chegar ao topo do prédio.

É a corrida vertical, que já tem adeptos em vários países e acaba de chegar a São Paulo. O desafio é subir as escadarias de prédios no menor tempo possível.

Marisa Cauduro/Folhapress
A nutricionista Taciana Luciano, que participou da prova de corrida vertical em São Paulo
A nutricionista Taciana Luciano, que participou da prova de corrida vertical em São Paulo

A primeira prova no Brasil foi realizada domingo, no Edifício Nestlé, no Brooklin. A procura foi tão grande que as 600 inscrições se esgotaram antes do prazo.

"As metrópoles têm vocação para a corrida vertical, uma vez que 80% das pessoas moram ou trabalham em edifícios", diz Marco Scabia, sócio-diretor da Mix Brand Experience, agência organizadora do evento.

A modalidade é mais popular na Espanha, Alemanha e Inglaterra. Existe até um circuito mundial de Corrida Vertical, que inclui provas no Empire State, em Nova York, e na Taipei 101 Tower, em Taiwan, o segundo edifício mais alto do mundo.

Dez atletas estrangeiros participaram da prova em São Paulo, entre eles o italiano Marco De Gaspari, um dos mais rápidos do mundo na modalidade.

Entre os benefícios da corrida vertical estão a perda de peso, condicionamento cardiovascular e trabalho da musculatura das pernas.

O gasto calórico é dez vezes maior do que o da corrida comum. Ou seja, as calorias que um atleta gasta em 10 minutos subindo degraus, ele levaria 100 minutos para queimar correndo na rua.

A nutricionista Taciana Luciano já participa de corridas de rua há dois anos e resolveu experimentar a corrida vertical. "Eu nunca tinha ouvido falar e me interessei, achei curiosa", diz.

Para enfrentar os 765 degraus do edifício onde foi realizada a prova, Taciana reforçou os exercícios de musculação para as pernas e trocou o elevador pelas escadas.

Ao participar de um simulado da corrida, viu como é importante estar com as pernas fortalecidas. "É quase uma prova de explosão, exige mais força. Quando o fôlego acabar posso contar com as pernas", acredita.

As competições são curtas. Em edifícios como o da prova em São Paulo, com pouco mais de 700 degraus, os atletas de elite chegam ao topo em 4 minutos e os amadores completam a corrida com tempos entre 10 e 12 minutos.

Taciana afirma que a sensação de cansaço é diferente na corrida vertical e na de rua. "Na rua você sente um desgaste geral, do corpo inteiro; ao subir as escadas correndo, a respiração fica mais difícil, dá para perceber que exige mais do sistema cardiorrespiratório".

Para participar da corrida vertical em São Paulo, os corredores tiveram de apresentar atestado médico atualizado e um currículo das últimas provas que realizaram. Os homens foram a maioria entre os inscritos: 75%.

Para a caminhada vertical, opção para subir as escadarias andando, os números se inverteram e as mulheres totalizaram 75%.

As competições de corrida vertical são coordenadas pela Federação Internacional de Skyrunning, que já organizava escaladas ao ar livre e passou a promover as corridas em arranha-céus.

O risco de lesões nos joelhos não é maior na corrida vertical. "Quem tem a anatomia normal não terá problema com essa prática", afirma o cirurgião de joelhos Antonio Masseo de Castro, ortopedista especializado em medicina do esporte da Escola Paulista de Medicina.

Ele conta que algumas pessoas são naturalmente propensas, por causa de sua constituição física, a ter problemas na patela (parte da frente do joelho).

"Quando começam a praticar step, montanhismo ou ski, elas passam a apresentar dor e culpam a atividade física. Mas o problema já existia e só apareceu com a sobrecarga", afirma.

O preparador físico Marcos Paulo Reis explica que, ao fazer atividade em escada, o risco de lesão diminui na subida porque o impacto é maior ao descer os degraus.

Para quem quer começar a subir escadas para se exercitar, Reis alerta que os três primeiros andares costumam ser os mais difíceis. Passada essa primeira fase, a tendência é entrar no ritmo.

+ Livraria

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página