Fundação de artista gráfico edita relatos de soropositivos

"Descobri que minha mãe era portadora de HIV dois dias antes de sua morte."

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Ilustração do artista gráfico Keith Haring, que morreu em 1990, em "O Livro da Vida", com relatos de soropositivos

Assim começa um dos dez depoimentos reunidos em "O Livro da Vida", obra editada pela Fundação Keith Haring que traz, além das histórias de pessoas reais que convivem com a Aids, informações sobre a prevenção e o tratamento da doença.

A obra bilíngue (em inglês e português) será distribuída gratuitamente na exposição "Selected Works", que reúne trabalhos do artista gráfico americano que dá nome à fundação.

O livro começa contando um pouco da história de Haring, detalhando a sua carreira de sucesso na pop art dos anos 80, e inclui relatos do artista quando se descobriu portador do vírus. Ele morreu há 20 anos.

Sharon Battat, curadora da exposição no Brasil, diz que teve a ideia de organizar o livro quando ouviu a história de um portador do vírus cujo depoimento também foi incluído no trabalho.

"Nós buscávamos uma forma de conscientizar as pessoas que viessem à exposição sobre o estigma de quem carrega o vírus", diz Battat. "Essa foi a forma mais impactante que encontramos de fazer isso".

Além dos depoimentos -três deles de brasileiros- o livro tem ilustrações feitas pelo artista e tira dúvidas sobre as formas de contágio. Há informações sobre o uso correto da camisinha e locais para fazer diagnóstico.

"É o tipo de ação social de que Keith certamente se orgulharia", completa Sharon.

A exposição já passou por São Paulo e chega ao Rio de Janeiro no dia 28 de setembro. Fica em cartaz até 14 de novembro, na Caixa Cultural, al. Almirante Barroso, 25, tel. 0/xx/21 2544-4080. A entrada é franca.