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Pesquisa identifica fatores que caracterizam adolescentes com hiperatividade
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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) identificou os três fatores que caracterizam o perfil de desempenho do adolescente brasileiro com TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade): prejuízo nas atenções focada e sustentada e na vigilância.
Diagnóstico de deficit de atenção divide especialistas
Segundo a universidade, a definição do perfil por meio de um novo modelo de padronização passa a ser uma ferramenta de apoio para o diagnóstico mais preciso. Com os resultados somados à avaliação clínica, o profissional pode buscar tratamentos que visem diminuir os sintomas da disfunção.
Primeiramente, o estudo analisou 490 adolescentes sem histórico de distúrbios. Entre eles, os pesquisadores identificaram e selecionaram 28 com TDAH e 28 sadios, de 12 a 18 anos, para participar da pesquisa que avaliou o desempenho de dois grupos por meio de um teste de performance. A partir do questionário, que aponta 15 medidas de avaliação, foi feita uma análise estatística fatorial que permitiu identificar os três fatores mais prejudicados entre os adolescentes com transtorno.
Orlando Bueno, chefe da disciplina de Memória do departamento de Psicobiologia, explica que a atenção focada está associada à capacidade do indivíduo de concentrar-se em uma atividade; a atenção sustentada é a habilidade de manter-se na mesma atividade por um longo período e a vigilância é a aptidão que cada um tem de responder a algo não previsível.
No teste, 360 letras surgiam na tela do computador em intervalos de um, dois ou quatro segundos, divididos em seis blocos. Para cada letra, o participante deveria reagir teclando caracteres pré-determinados.
Os resultados do estudo serão utilizados para dar suporte a outras pesquisas e tratamentos.
Remédios como a Ritalina não são a única opção para o controle do transtorno.
"É possível o uso de treinos mentais (cognitivos) para melhora de desempenho da atenção como uma proposta de reabilitação e não como uma proposta de cura, pois o TDAH não é visto como uma doença para ser curada", explica o pesquisador Thiago Strahler Rivero.
A Unifesp defende que, ao conhecer melhor as características do perfil dos jovens brasileiros, é possível estabelecer um tratamento mais direcionado e que promova as melhores respostas.
Segundo a coordenadora do núcleo de avaliação de neuropsicologia interdisciplinar da universidade, Mônica Miranda, "o treino de atenção é individual. A partir de nossos estudos, desenvolvemos materiais de apoio para o grupo clínico, como jogos de treinamento e manuais de terapia".
O TDAH é um transtorno neurobiológico que acomete mais de 5% das crianças e adolescentes do mundo, mas embora surja na infância, pode acompanhar o indivíduo na fase adulta. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. No entanto, é comum a associação com diversos acometimentos mentais e de desenvolvimento como o Transtorno de Aprendizagem, dificultando a diferenciação entre crianças que não apresentam a disfunção e são tratadas, e outras com TDAH que não são diagnosticadas. Falta de informação sobre a disfunção e falhas de diagnóstico são os temas mais recorrentes a respeito do transtorno.
VAGAS PARA VOLUNTÁRIOS
A Unifesp abriu inscrições para adolescentes já diagnosticados que possam fazer parte dos grupos de terapia associada a diferentes tipos de treinos. Durante 20 semanas, quatro grupos de cinco pessoas participarão de atividades variadas.
O projeto mantém parceria com a UFBA (Universidade Federal da Bahia), onde também estão abertas as inscrições para jovens. Os resultados dos dois Estados serão agrupados, com o objetivo de apontar os impactos dos tratamentos propostos sobre participantes de diferentes realidades.
SERVIÇO
Inscrições para projeto de tratamento em São Paulo
Local: Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp
Endereço: rua Embaú, 54
Telefone: 0XX/11/5549-8476
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