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04/10/2010 - 11h20

Fumaça de queimadas prejudica gestação

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RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

Pesquisa conduzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em parceria com a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) sugere relação entre a poluição causada pela fumaça das queimadas e a maior incidência de bebês nascidos com baixo peso.

Regiões ricas do país registram mais bebês de baixo peso

O estudo foi feito em 18 cidades de Mato Grosso -Estado campeão de queimadas.

Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Mato Grosso tem mais de 30% do total de focos de calor registrados no país ao longo deste ano.

A pesquisa comparou registros de 3.500 nascimentos com uma série histórica do Inpe sobre emissões relacionadas a queimadas por cidade -monóxido de carbono e material particulado fino.

Quando a mãe é submetida a níveis elevados de fumaça entre o segundo e o terceiro trimestres da gestação, diz o estudo, o filho tem entre 23% e 40% mais chances de nascer com peso abaixo de 2,5 kg, que é o considerado normal pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

TRÁGICO

"Esse é um resultado grave, para não dizer trágico, ainda mais se levarmos em conta o cenário que vivenciamos em 2010", diz o professor Ageo Cândido, pesquisador do Instituto de Saúde Coletiva da UFMT e um dos coordenadores do estudo.

O baixo peso ao nascer está relacionado a maiores riscos de morte no primeiro ano de vida. "Essas crianças morrem mais, são mais suscetíveis a doenças e, ao chegar à idade adulta, tendem a ter uma estatura menor."

A pesquisa não considerou partos prematuros, de gêmeos ou de crianças com má formação, em que a interferência no peso é esperada.

Foram feitas ainda correções estatísticas em relação a sexo (meninos são mais pesados, em média), idade e escolaridade da mãe, e o número de consultas de pré-natal.

"O cálculo da exposição à fumaça na gestação foi feito caso a caso."

Para o pesquisador, o monóxido de carbono e as partículas finas causam impactos diferentes na gestante, mas ambos interferem na formação do bebê.

"O monóxido de carbono inativa as hemoglobinas [responsáveis pelo transporte de oxigênio] e bloqueia o oxigênio que vai fazer falta na placenta. O material particulado causa uma inflamação crônica, igualmente danosa", diz.

Para ele, prevenir queimadas é questão de saúde pública. "As autoridades não podem atuar só em emergência e fogo em andamento."

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