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Novo exame de câncer do cólon dispensa colonoscopia
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DA REUTERS
Um novo exame que detecta sinais de câncer do intestino grosso por meio das fezes pode também detectar tecidos pré-cancerosos, e pode no futuro servir como alternativa à colonoscopia, disseram pesquisadores na quinta-feira (28).
O novo exame do laboratório Exact Sciences detectou 87% dos tumores de cólon nos estágios 1, 2 e 3, que podem ser cirurgicamente removidos, e 64% dos maiores crescimentos de tecidos pré-cancerosos (superiores a 1 cm), segundo o relato apresentado na reunião da Associação Americana de Pesquisa do Câncer.
O estudo envolveu 1.100 pacientes. O exame detecta alterações do DNA que podem tornar uma célula cancerosa, ou podem iniciar mudanças que levam ao câncer.
"O exame de fezes não invasivo que desenvolvemos é simples para os pacientes, não envolve restrição de dieta ou medicamentos, não tem preparações desagradáveis dos intestinos e não exige a perda de tempo de trabalho, pois pode ser feito a partir de casa", disse o médico David Ahlquist, da Clínica Mayo, de Rochester, Minnesota, que desenvolveu o teste.
"Resultados positivos (para câncer) nos exames seriam acompanhados de colonoscopia", acrescentou.
A Clínica Mayo licenciou o exame para a Exact Sciences, que vê nele um potencial de faturamento de US$ 1 bilhão só nos EUA. O preço unitário deve ser de US$ 300 a US$ 400, e o laboratório pretende submeter o procedimento à aprovação do FDA (agência que regulamenta drogas e alimentos nos EUA) em 2012.
O exame avalia três genes alterados num processo chamado metilação. Nos tumores colorretais, a matéria fecal acaba carregando algumas células doentes, que o exame é capaz de identificar.
O câncer colorretal é tratável se a detecção for precoce, mas mesmo assim é o segundo tipo de câncer que mais mata nos EUA e em outros países desenvolvidos. A Sociedade Americana do Câncer estima que surjam 122.000 novos casos da doença em 2010, com mais de 51.000 mortes. A entidade recomenda que todos os norte-americanos comecem a fazer exames específicos a partir dos 50 anos.
Mas só metade das pessoas atingidas pela recomendação realmente faz exames de colonoscopia, que consistem na inserção de uma pequena câmera pelo reto --um procedimento constrangedor, desconfortável e que eventualmente causa lesões. Nesse exame, pinças acopladas ao equipamento retiram pólipos que podem desenvolver tumores.
Os laboratórios Exiqon (Dinamarca), OncoMetyhilome (Bélgica) e Epigenomics (Alemanha) estão desenvolvendo exames de sangue para detectar o câncer colorretal.
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