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Nos EUA, farmacêuticas investigam médicos que contratam para divulgar remédios
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CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Multinacionais farmacêuticas americanas vão começar a investigar os médicos que contratam para divulgar seus medicamentos.
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A decisão veio após uma investigação mostrar que ao menos sete grandes laboratórios pagaram, em 2009, US$ 7,1 milhões (de um total de US$ 282 millhões) a 292 médicos que enfrentam processos disciplinares ou sanções regulatórias aplicadas pelo governo americano.
Os dados foram publicados pelo "ProPublica", um grupo de jornalismo investigativo sem fins lucrativos.
Entre as infrações cometidas pelos médicos estão desde prescrições injustificadas ou com excesso de medicação até acusações de assédio sexual e de erro médico.
Setenta dos 292 médicos financiados pelos laboratórios já tinham sido denunciados várias vezes, em diferentes Estados americanos.
Ao menos três laboratórios nos EUA -Eli Lilly, AstraZeneca e Pfizer- informaram que desconheciam "as fichas sujas" dos médicos e que, a partir do próximo ano, vão contratar empresas para investigá-los antes da prestação de serviços.
BRASIL
No Brasil, em geral, as farmacêuticas também não investigam previamente (nos conselhos médicos ou na Justiça) os médicos que convidam para consultorias, palestras ou pesquisas.
O principal critério de seleção é o profissional estar vinculado a renomadas instituições de ensino.
A Pfizer, por exemplo, diz que a maior parte dos valores pagos a médicos brasileiros refere-se à participação em estudos clínicos ligados a instituições como Unifesp, Hospital das Clínicas, HC de Porto Alegre e hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein.
"Esses valores, bem como a responsabilidade de ambas as partes, são registrados em contratos e fazem parte do processo do estudo clínico, que traz um orçamento detalhado de valores e é aprovado pelas instituições que fazem parte do estudo", explica João Fittipaldi, diretor médico da Pfizer Brasil.
Ele diz que, no momento, ainda não é possível ter acesso à lista de médicos brasileiros financiados pela Pfizer, mas que a empresa pretende fazê-lo no futuro.
A Eli Lilly também informou, por meio de nota, que pretende adotar a mesma prática, acompanhando o que já faz a matriz americana desde o segundo semestre de 2009. "A ideia é que todos os países também adotem essa prática. Porém, há tramites legais locais que estão sob análise."
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