Fifa estuda usar recurso de imagem para árbitros na Copa do Mundo-18

Crédito: Shizuo Kambayashi/AP FIFA officials stand near a monitor used by the video assistant referee (VARs) set up on the sideline of the pitch at Yokohama International Stadium prior to the semifinal match between Real Madrid and Club America at the FIFA Club World Cup soccer tournament in Yokohama, near Tokyo, Thursday, Dec. 15, 2016. (AP Photo/Shizuo Kambayashi) ORG XMIT: TTX101
Imagem para árbitro foi utilizada no Mundial de Clubes da Fifa em 2016

ALEX SABINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O replay pode ser usado na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, para auxiliar a arbitragem em lances considerados de difícil interpretação. Em entrevista à Folha, Lukas Brud, secretário da International Football Association Board, entidade que regulamenta as regras do esporte, afirma que a Fifa está disposta a colocar a tecnologia à disposição dos árbitros no Mundial.

"Se todos os testes correrem bem, a Fifa não vai querer esperar. Se não usar e acontecer um erro grave e decisivo, a pressão vai ser grande. Se havia a tecnologia, por que não utilizou?", diz Brud.

Cerca de 300 partidas em 12 países terão o assistente de replay (chamado de VAR, video assistant referee, em inglês) na temporada 2017.

A assessoria do presidente da Fifa, Gianni Infantino. confirmou à Folha que, se a International Board considerar os testes satisfatórios, o recurso pode ser utilizado no torneio na Rússia.

Além dos atuais quatro juízes no gramado, no modelo com uso da tecnologia, outro fica em uma sala. Ele observa a partida pelas câmeras instaladas e analisa as imagens assim que elas acontecem. Por meio da comunicação eletrônica, avisa sobre lances irregulares não percebidos pelo árbitro principal.

TREINAMENTO

A International Board admite que o novo sistema não resolverá todos os equívocos da arbitragem. A entidade espera, porém, que, com o replay, os considerados mais casos importantes, aqueles com potencial decidirem um Mundial, serão resolvidos.

Uma das maiores preocupações é o processo de seleção e treinamento dos árbitros que ficarão responsáveis pela análise de vídeo.

"É algo que precisa ser feito com cuidado porque a característica que faz um árbitro de campo ser bom não é a mesma que faz um árbitro de VAR ser bom. São coisas distintas. O treinamento deve acontecer com atenção. A Fifa tem pressa e nós também. Hoje em dia, em um estádio de futebol, todos têm a informação do que aconteceu em campo, menos o árbitro. As pessoas têm acesso aos vídeos dos lances pela internet e o juiz não. Precisamos mudar isso", conclui o secretário.

A International Board foi fundada em 1886 para unificar as regras do futebol e qualquer mudança no esporte tem de ser aprovada pela entidade, conhecida pelo conservadorismo.

A entidade é composta pelas federações da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte (cada uma delas com um representante) e a Fifa, que tem direito a quatro votos. Para que alguma mudança regra do futebol seja aprovada, ela deve contar com o apoio de pelo menos 75% dos oito votos.

"A International Board era conservadora porque havia a necessidade de preservar a simplicidade do futebol. Isso está mudando. Nós não queremos forçar a Fifa a usar a tecnologia. Mas podemos dizer: 'ela está aqui, pronta. Se quiserem usar, que usem'", finaliza Brud.

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