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03/09/2003 - 13h24

Analistas divergem sobre futuro do premiê palestino

GUILA FLINT
da BBC, em Tel Aviv

O primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas (também conhecido como Abu Mazen) ameaçou renunciar se não conseguir mais apoio do parlamento palestino, em uma reunião especial programada amanhã.

Segundo a declaração do ministro da Informação, Nabil Amar, se o Parlamento não apoiar a reivindicação de Mazen de obter um controle exclusivo sobre as forças de segurança palestinas, o primeiro-ministro terminará sua breve gestão iniciada em 29 de abril.

Segundo o analista e colaborador da rádio estatal de Israel, Avi Isaharov, especialista em assuntos palestinos, mais de 50 dos 82 membros do Parlamento palestino deverão aprovar um voto de desconfiança em Mazen. Na disputa pelo poder entre Mazen e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, a maioria dos parlamentares apóia Arafat.

Para impedir a queda do governo de Abbas, líderes do movimento radiacal Fatah estão tentando intermediar um acordo entre Mazen e Arafat. Segundo esse acordo, será instituido um Conselho de Segurança Nacional, presidido por Arafat, no qual deverão participar Mazen, o ministro de Segurança de seu gabinete, Mohammed Dahlan, e o assessor especial de Arafat para assuntos de segurança nacional, Jibril Rajoub.

Autoridade

Se tal conselho for formado, ele terá a autoridade máxima sobre assuntos de segurança.

Segundo o analista Danny Rubinstein, do jornal israelense "Haaretz", a razão principal para o enfraquecimento de Mazen é "a simpatia demasiada de estrangeiros a seu governo".

As pressões exercidas por Israel e pelo governo americano, em favor de Mazen, levaram os parlamentares e a opinião pública palestinos a se voltar contra ele. Rubinstein afirma que "o controle de fora sempre foi um nervo sensível ao longo de toda a história do movimento nacional palestino".

Segundo o analista, desde a guerra de 1948, os países árabes criaram diversas lideranças palestinas que eram mais fiéis a eles do que aos interesses nacionais palestinos.

Já o Fatah, fundado por Arafat no início dos anos 60, tornou-se a principal liderança do movimento nacional palestino, com base na chamada "independência de decisão".

Segundo Rubinstein, "o problema principal de Mazen e seu governo é que a população palestina na Cisjordânia e na faixa de Gaza, suspeita que eles servem mais aos interesses estrangeiros (israelenses e americanos) do que aos interesses palestinos".

Exageros

Mas para Michael Tarazi, um dos porta-vozes da Autoridade Nacional Palestina, essa projeção não passa de um "exagero".

"Ninguém se manifestou oficialmente sobre o assunto. Se houver um voto de confiança, acredito que Mazen será mantido no cargo, terá apoio da maioria e não da minoria como indicam esses números", disse Tarazi.

"De qualquer maneira, ainda não é certo que haverá esse voto de confiança amanhã. Para isso, será preciso que, pelo menos, dez parlamentares peçam isso. Tudo o que está sendo dito até agora não passa de especulação", acrescentou o porta-voz.

Ele explicou que, se o voto de confiança for pedido, isso só deverá ocorrer amanhã, após o discurso de Mazen para o Parlamento sobre seus primeiros cem dias de governo.

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