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16/10/2003 - 09h18

Leia perfil do papa João Paulo 2º

DENIZE BACOCCINA
da BBC, em São Paulo

A nomeação de Karol Wojtyla para papa, em 1978, foi, de várias formas, uma atitude inédita para a Igreja Católica.

O primeiro papa polonês e, aos 58 anos, o mais jovem líder da Igreja Católica do século 20, Wojtyla subiu rapidamente os escalões da Igreja Católica para se tornar o arcebispo de Cracóvia.

Sua carreira, apesar de rápida, não foi espetacular. Mesmo respeitado, ele era pouco conhecido fora dos círculos do Vaticano, e poucos especialistas apostavam nele como o sucessor do papa João Paulo, que morreu após apenas 33 dias de papado.

Karol Wojtyla assumiu o nome de João Paulo 2º depois de ser escolhido após dois dias de reuniões do Colégio dos Cardeais que se concentraram na Capela Sistina.

Início de vida dinâmico

Nascido perto de Cracóvia, em 1920, o jovem Karol Wojtyla foi esportistas na juventude, praticando futebol e esqui. Um ávido amante do teatro, ele chegou a considerar, uma vez, a carreira de ator.

Durante a ocupação nazista, na Segunda Guerra Mundial, ele estudou teologia, escondido a maior parte do tempo, e foi finalmente ordenado padre em 1946.

Ele foi rapidamente promovido, se tornando arcebispo em 1964 e cardeal em 1967.

Sua visão de papado sempre foi dinâmica. João Paulo 2º jamais foi um homem que buscou refúgio por trás das muralhas do Vaticano.

Ele viajou constantemente. Depois de sua nomeação, o pontífice rapidamente se estabeleceu como um líder reconhecido pela maior comunidade cristã do mundo.

Até 1998, após 20 anos de papado, ele tinha visitado mais de cem países e estima-se que tenha dado 27 voltas ao mundo.

Seu desejo de se aproximar do povo quase custou sua vida. Em 1981, ele foi baleado e ficou seriamente ferido por Mehmet Al-Agca, um fanático turco, na praça de São Pedro.

Após um longo período de recuperação, ele visitou seu quase assassino na prisão e o perdoou.

Visões conservadoras

Apesar da sua liderança e de sua atitude dedicada, seu papado tem sofrido muitas críticas, particularmente em relação à sua visão sobre divórcio, anticoncepcionais e aborto.

Numa conferência no Vaticano, em 2001, ele falou contra as leis que permitem o divórcio, o aborto, a união entre homossexuais e os direitos de casais que não são casados perante a lei.

Os críticos de dentro e de fora da Igreja dizem que tais posturas podem alienar muitos católicos e não correspondem à realidade de um mundo que se transforma rapidamente.

Nos últimos anos, a saúde do papa começou a definhar e se tornou cada vez mais frágil.

Um tumor foi removido de seu intestino, em 1992, ele deslocou o ombro em 1993, quebrou o fêmur em 1994 e retirou o apêndice em 1996.

Em 2001 um cirurgião confirmou o que já se suspeitava há algum tempo: que o papa estava sofrendo do mal de Parkinson.

Apesar de seu aparente sofrimento e contínuos rumores, em alguns setores, de uma possível abdicação, o papa João Paulo 2º parece determinado a continuar em seu cargo até o final da vida.

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