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08/11/2004 - 16h11

Palestinos protestam contra mulher de Arafat

EDSON PORTO
da BBC Brasil

As declarações da mulher de Iasser Arafat, Suha, contra as principais autoridades palestinas nesta segunda-feira causaram revolta tanto entre políticos como entre pessoas nas ruas dos territórios ocupados.

Suha Arafat disse que a delegação formada pelo ministro palestino das Relações Exteriores Nabil Shaath, o primeiro-ministro Ahmed Korei, e o vice de Arafat, Mahmoud Abbas [conhecido como Abu Mazen], tinha como objetivo visitar Paris (França) para "enterrar Arafat vivo".

Pouco tempo depois de redes árabes de TV e rádio transmitirem as afirmações de Suha, as autoridades desistiram da viagem, para mais tarde voltarem atrás e confirmarem a ida à Europa.

No entanto, o descontentamento com a atitude da esposa do líder palestino não se dissipou.

No início da tarde desta segunda-feira, em uma manifestação no centro da cidade de Ramallah, na Cisjordânia, um grupo de mulheres gritava palavras de ordem como "Suha, fique em Paris", para demonstrar seu descontentamento.

As manifestantes também gritavam que a mulher de Arafat não tinha o direito de se intrometer em questões políticas palestinas.

Ausência

Suha é muito criticada nos territórios ocupados por ter se mudado para Paris desde o começo da segunda Intifada (que teve início em setembro de 2000) e deixado Arafat para trás em seu quartel-general de Ramallah.

Agora, após essa ausência, eles acreditam que ela não tem mais o direito de decidir sobre o futuro do marido, que é considerado um símbolo da luta por um Estado independente.

"A família palestina é muito mais importante que o núcleo familiar de Arafat", afirmou o ministro da Juventude e Esporte, Saleh Altamary.

Altamary fez suas declarações do lado de fora do quartel-general de Arafat, onde várias autoridades estavam discutindo o que fazer diante da nova e inesperada crise.

Para o analista político Said Zidani, ninguém estava preparado para a atitude de Suha.

"Isso não era esperado e é muito estranho. Não sabemos exatamente por que ela está fazendo isso, talvez seja ressentimento em relação à atual liderança política", afirmou o analista, embora ele mesmo pondere que ela nunca teve um papel político entre os palestinos.

Said Zidani afirma que ainda é cedo para saber exatamente qual será o impacto de todo o processo. No entanto, ele acredita que a situação poderá até beneficiar a nova liderança.

"Com certeza, esse fiasco não vai atrapalhar o apoio popular [à nova cúpula] e pode até ser que ele una ainda mais os palestinos."

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