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09/11/2004
-
23h06
da BBC Brasil, em Ramallah
Analistas palestinos ouvidos pela BBC Brasil duvidam que eleições para presidente possam ocorrer rapidamente nos territórios ocupados após a possível morte de Yasser Arafat, apesar de a Lei Básica palestina estabelecer claramente o que viria a seguir.
Nessa caso, o presidente do Conselho Legislativo Palestino (CLP), que está subordinado à Autoridade Palestina (AP), assume o posto de presidente e convoca eleições para depois de 60 dias.
O atual presidente do CLP chama-se Rawhi Fattouh, um político de pouca expressão, segundo vários analistas políticos --e essa pouca expressão de Fattouh, em si, já seria um problema numa eventual sucessão.
"Acredito que ele pode nem terminar os 60 dias de seu mandato", afirma Aref Hijjawi, analista e diretor do Instituto de Mídia da Universidade de Birzeit, a maior dos territórios ocupados.
Permissão
A segunda e, possivelmente, maior dificuldade, seria organizar eleições gerais em um prazo tão curto e em meio a uma situação política e de segurança delicada.
Os territórios palestinos estão sob o controle de Israel desde o início da intifada (a revolta palestina), em 2000, e os palestinos precisariam que os israelenses permitissem que o processo ocorresse sem problemas.
Além disso, os próprios palestinos acreditam que a situação pode se mostrar muito complexa para que as eleições sejam realizadas em breve.
A única vez em que os palestinos tiveram uma eleição geral foi em 1996, quando Arafat e os membros do CLP foram eleitos. A diferença é que, naquele período, boa parte dos territórios palestinos estava sob o controle dos palestinos e o único problema ocorreu em Jerusalém, onde o controle era israelense.
Na cidade, a logística da eleição foi complicada, e as pessoas tiveram que votar pelo correio.
Hamas
Outro problema é que uma eleição livre deverá pressupor a possibilidade de que qualquer grupo palestino apresente um candidato.
Isso pode significar que mesmo grupos como o Hamas --um dos principais responsáveis por atentados em Israel-- apresentem um concorrente ao cargo de presidente. A dúvida é o que Israel faria diante dessa possibilidade.
"Acho muito difícil que as eleições possam ocorrer rapidamente", diz Abdallah Abu Eid, professor e especialista em leis palestinas.
Para Abu Eid, a complexidade da realidade palestina atual pode ser usada pelos novos líderes para justificar o adiamento das eleições e a determinação de um novo presidente.
Na avaliação do especialista, é possível que membros da atual Autoridade Palestina (AP), do partido de Arafat, o Fatah, e da Organização da Libertação da Palestina (OLP) acabem escolhendo um novo líder de forma indireta.
"Essa é a possibilidade é a mais provável", diz Abu Eid.
Apesar disso, os analistas concordam que é cedo para ter certeza sobre como irá se desenvolver de fato a sucessão de Arafat caso ele morra.
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Analistas palestinos dúvidam de eleição rápida para escolher sucessor de Arafat
EDSON PORTOda BBC Brasil, em Ramallah
Analistas palestinos ouvidos pela BBC Brasil duvidam que eleições para presidente possam ocorrer rapidamente nos territórios ocupados após a possível morte de Yasser Arafat, apesar de a Lei Básica palestina estabelecer claramente o que viria a seguir.
Nessa caso, o presidente do Conselho Legislativo Palestino (CLP), que está subordinado à Autoridade Palestina (AP), assume o posto de presidente e convoca eleições para depois de 60 dias.
O atual presidente do CLP chama-se Rawhi Fattouh, um político de pouca expressão, segundo vários analistas políticos --e essa pouca expressão de Fattouh, em si, já seria um problema numa eventual sucessão.
"Acredito que ele pode nem terminar os 60 dias de seu mandato", afirma Aref Hijjawi, analista e diretor do Instituto de Mídia da Universidade de Birzeit, a maior dos territórios ocupados.
Permissão
A segunda e, possivelmente, maior dificuldade, seria organizar eleições gerais em um prazo tão curto e em meio a uma situação política e de segurança delicada.
Os territórios palestinos estão sob o controle de Israel desde o início da intifada (a revolta palestina), em 2000, e os palestinos precisariam que os israelenses permitissem que o processo ocorresse sem problemas.
Além disso, os próprios palestinos acreditam que a situação pode se mostrar muito complexa para que as eleições sejam realizadas em breve.
A única vez em que os palestinos tiveram uma eleição geral foi em 1996, quando Arafat e os membros do CLP foram eleitos. A diferença é que, naquele período, boa parte dos territórios palestinos estava sob o controle dos palestinos e o único problema ocorreu em Jerusalém, onde o controle era israelense.
Na cidade, a logística da eleição foi complicada, e as pessoas tiveram que votar pelo correio.
Hamas
Outro problema é que uma eleição livre deverá pressupor a possibilidade de que qualquer grupo palestino apresente um candidato.
Isso pode significar que mesmo grupos como o Hamas --um dos principais responsáveis por atentados em Israel-- apresentem um concorrente ao cargo de presidente. A dúvida é o que Israel faria diante dessa possibilidade.
"Acho muito difícil que as eleições possam ocorrer rapidamente", diz Abdallah Abu Eid, professor e especialista em leis palestinas.
Para Abu Eid, a complexidade da realidade palestina atual pode ser usada pelos novos líderes para justificar o adiamento das eleições e a determinação de um novo presidente.
Na avaliação do especialista, é possível que membros da atual Autoridade Palestina (AP), do partido de Arafat, o Fatah, e da Organização da Libertação da Palestina (OLP) acabem escolhendo um novo líder de forma indireta.
"Essa é a possibilidade é a mais provável", diz Abu Eid.
Apesar disso, os analistas concordam que é cedo para ter certeza sobre como irá se desenvolver de fato a sucessão de Arafat caso ele morra.
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