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Ausência de Rice na Argentina sinaliza atrito, diz "NYT"
da BBC
A ausência da Argentina na viagem da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, à América do Sul, que começa nesta quinta-feira, sinaliza "o crescente atrito" entre os Estados Unidos e o governo argentino, segundo reportagem do jornal americano "New York Times" publicada nesta quinta-feira.
"Rice vai visitar o Brasil e o Chile, mas a ausência notável de seu itinerário é a Argentina, onde Cristina Fernández de Kirchner se tornou em outubro a primeira mulher a ser eleita presidente do país. A omissão salienta o desapontamento de Washington com o novo governo Kirchner, que continua a fortalecer ligações com (o presidente venezuelano Hugo) Chávez, enquanto acusa os Estados Unidos de motivações políticas em uma investigação sobre a suspeita de que Chávez teria contribuído secretamente com US$ 800 mil para a campanha de Kirchner", afirma o "NYT".
Segundo Peter Hakim, o presidente do Diálogo Inter-Americano --um centro de pesquisas políticas em Washington-- entrevistado pelo jornal, "os Estados Unidos estão claramente esnobando a Argentina. Eles estão infelizes com a Argentina de uma forma que continua com a nova presidente".
De acordo com o "NYT", as relações entre Brasil e Estados Unidos continuam calorosas e a visita de Rice deve incluir um encontro com o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, além de negociações para o desenvolvimento da indústria do etanol.
O "NYT" lembra que o presidente americano George W. Bush também evitou a Argentina durante sua visita à América do Sul em março passado.
"As relações entre os Estados Unidos e a Argentina vêm se extenuando ao longo da presidência de Bush. A Argentina ainda culpa o Fundo Monetário Internacional, controlado pelos Estados Unidos, por seu colapso financeiro em 2001. A Argentina foi forçada a dar o calote em dívidas de bilhões de dólares com o FMI e o Clube de Paris, composto majoritariamente por credores europeus."
Segundo o analista Daniel Kerner, do Eurasia Group, entrevistado pelo "NYT", o sentimento anti-americano foi a forma encontrada pelo ex-presidente argentino Nestor Kirchner para atrair eleitores de esquerda, enquanto governava um país onde mais da metade da população estava vivendo abaixo da linha de pobreza.
"O sentimento anti-Bush entrou em erupção em novembro de 2005, em uma reunião de líderes americanos à qual Bush compareceu em Mar del Plata, na Argentina. Em frente de Bush, Kirchner criticou as políticas neo-liberais dos anos 90, patrocinadas pelos Estados Unidos, e fez pouco para impedir os protestos contra os Estados Unidos. Bush deixou a Argentina insultado por seu tratamento."
As autoridades americanas esperava uma mudança de rumo com a eleição da nova presidente argentina, diz o "NYT", mas pouco depois de sua posse, "a tensão diplomática voltou a crescer quando promotores americanos identificaram quatro venezuelanos e um uruguaio em conexão com um golpe para esconder uma contribuição de US$ 800 mil do governo da Venezuela para Kirchner, depois que o dinheiro foi descoberto em uma mala durante uma checagem de segurança no aeroporto de Buenos Aires".
O Departamento de Estado, no entanto, nega que Rice esteja esnobando a Argentina, diz o jornal.
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