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China diz que 660 manifestantes pró-Tibete se entregaram
MARINA WENTZEL
da BBC, em Hong Kong
A China anunciou que o número de manifestantes pró-Tibete que se renderam às autoridades subiu para mais de 660. Os envolvidos nos protestos pró-independência tibetana se entregaram em resposta a um apelo do governo, que ameaçou infligir maiores punições àqueles que resistissem.
De acordo com a agência de notícias do governo chinês, Xinhua, até o momento 280 pessoas se renderam na região autônoma do Tibete, palco dos principais confrontos entre forças do governo e seguidores do dalai-lama.
Pelo menos outros 381 manifestantes também já haviam se entregado na Província de Sichuan, antes da erupção dos novos distúrbios registrados na última segunda-feira (24), informou o jornal "China Daily".
A imprensa estatal diz que a situação no Tibete está retornando ao normal, e que muito em breve jornalistas poderão visitar a área.
Nesta terça-feira (25), o governo anunciou que vai organizar uma viagem oficial para que cerca de doze correspondentes estrangeiros visitem o Tibete e "conheçam a verdade" ainda nesta semana.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva de imprensa do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Qin Gang, em Pequim.
Vergonhoso
Na coletiva, Qin Gang também aproveitou para criticar os protestos que mancharam a cerimônia de acendimento da tocha Olímpica, na Grécia, há dois dias.
"Qualquer ato que perturbe a trajetória da tocha é vergonhoso e impopular", disse Qin Gang. Na cerimônia, ativistas da organização Repórteres Sem Fronteiras invadiram a tribuna e levantaram uma bandeira que mostrava algemas no lugar de argolas olímpicas, durante o discurso do presidente do Comitê Olímpico Chinês, Liu Qi.
De maneira geral, a imprensa chinesa ignorou o incidente. Nenhuma foto ou texto sobre o protesto foi publicado na imprensa oficial.
Qin enfatizou que as autoridades de cada país por onde a tocha for passar precisam se empenhar para que esse tipo de incidente não se repita.
Os países "têm a obrigação de assegurar um percurso sem problemas", disse Qin.
A RSF reafirmou que vai continuar protestando e tem intenções de seguir a tocha Olímpica ao longo do trajeto até Pequim.
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