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20/01/2005
-
11h32
da BBC Brasil
A proximidade da data marcada para as eleições no Iraque --previstas para o dia 30 de janeiro-- pode dificultar eventuais negociações pela libertação do funcionário da Odebrecht seqüestrado na cidade de Beiji, segundo um especialista britânico em segurança.
John Davidson, diretor-geral da Rubicon International Services - empresa que já intermediou a negociação de seqüestros no chamado Triângulo Sunita - disse que o brasileiro corre o risco de ser "vendido" para organizações que poderiam usá-lo para atrapalhar o processo eleitoral.
"Uma organização como a de Al-Zarqawi pode ter interesse em comprá-lo. Se isso acontecer, as negociações ficam muito mais difíceis. Esse seria o maior risco para ele neste momento", disse Davidson à BBC Brasil.
Segundo ele, a agressividade da ação, na qual um britânico e um iraquiano foram assassinados, sugere que, inicialmente, o objetivo dos autores era apenas matar os integrantes do comboio.
"Muitos são contratados por estrangeiros para esse tipo de ação, que aumenta o clima de instabilidade no país", disse.
"Mas após a morte dos outros dois, eles devem ter percebido que poderiam lucrar com um seqüestro e, possivelmente, mudaram o objetivo da ação", acrescentou Davidson, cuja empresa tem mais de 200 funcionários no Iraque.
"Ele pode ser usado, por exemplo, em uma exigência para que as eleições sejam adiadas. Como, possivelmente, esse tipo de demanda não fará o governo do Iraque mudar a data das eleições, o risco para ele é maior", analisou Davidson.
Para Davidson, se as eleições não estivessem próximas, haveria mais espaço para negociações.
"O fato de ele ser brasileiro poderia ajudar. Os seqüestradores vão querer saber para quem ele trabalhava. Também ajuda o fato de ele trabalhar para uma empresa que está reconstruindo o Iraque e não para uma empresa de segurança, por exemplo", disse.
Caso o brasileiro não seja "vendido", Davidson explica que não há muito o que fazer, além de esperar o contato dos seqüestradores.
Ele explicou ainda que, após o ataque americano contra Fallujah, em novembro do ano passado, insurgentes acabaram se deslocando para outras cidades no norte do Iraque, entre elas Beiji.
"Era uma cidade calma que, desde então, vem sendo alvo constante de ataques como emboscadas e seqüestros", disse Davidson, acrescentando que a cidade, de maioria sunita, é um centro econômico importante, construído com base na indústria do petróleo.
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Eleições no Iraque podem prejudicar situação de brasileiro
SILVIA SALEKda BBC Brasil
A proximidade da data marcada para as eleições no Iraque --previstas para o dia 30 de janeiro-- pode dificultar eventuais negociações pela libertação do funcionário da Odebrecht seqüestrado na cidade de Beiji, segundo um especialista britânico em segurança.
John Davidson, diretor-geral da Rubicon International Services - empresa que já intermediou a negociação de seqüestros no chamado Triângulo Sunita - disse que o brasileiro corre o risco de ser "vendido" para organizações que poderiam usá-lo para atrapalhar o processo eleitoral.
"Uma organização como a de Al-Zarqawi pode ter interesse em comprá-lo. Se isso acontecer, as negociações ficam muito mais difíceis. Esse seria o maior risco para ele neste momento", disse Davidson à BBC Brasil.
Segundo ele, a agressividade da ação, na qual um britânico e um iraquiano foram assassinados, sugere que, inicialmente, o objetivo dos autores era apenas matar os integrantes do comboio.
"Muitos são contratados por estrangeiros para esse tipo de ação, que aumenta o clima de instabilidade no país", disse.
"Mas após a morte dos outros dois, eles devem ter percebido que poderiam lucrar com um seqüestro e, possivelmente, mudaram o objetivo da ação", acrescentou Davidson, cuja empresa tem mais de 200 funcionários no Iraque.
"Ele pode ser usado, por exemplo, em uma exigência para que as eleições sejam adiadas. Como, possivelmente, esse tipo de demanda não fará o governo do Iraque mudar a data das eleições, o risco para ele é maior", analisou Davidson.
Para Davidson, se as eleições não estivessem próximas, haveria mais espaço para negociações.
"O fato de ele ser brasileiro poderia ajudar. Os seqüestradores vão querer saber para quem ele trabalhava. Também ajuda o fato de ele trabalhar para uma empresa que está reconstruindo o Iraque e não para uma empresa de segurança, por exemplo", disse.
Caso o brasileiro não seja "vendido", Davidson explica que não há muito o que fazer, além de esperar o contato dos seqüestradores.
Ele explicou ainda que, após o ataque americano contra Fallujah, em novembro do ano passado, insurgentes acabaram se deslocando para outras cidades no norte do Iraque, entre elas Beiji.
"Era uma cidade calma que, desde então, vem sendo alvo constante de ataques como emboscadas e seqüestros", disse Davidson, acrescentando que a cidade, de maioria sunita, é um centro econômico importante, construído com base na indústria do petróleo.
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