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09/03/2005
-
14h05
da BBC Brasil
Aslan Maskhadov foi um personagem controverso --eleito presidente da Tchetchênia em 1997 após ter reconhecido mediante uma campanha internacional, ele foi posteriormente vilificado pela Rússia como um sangüinário líder terrorista.
Maskhadov conseguiu se manter foragido por muitos anos, a maior parte deles na própria Tchetchênia.
Mas devido à forte presença militar russa na conturbada república e à recompensa de US$ 10 milhões por sua cabeça, parecia inevitável que a captura do ex-presidente seria uma questão de tempo.
A influência real de Maskhadov na Tchetchênia sempre foi discutida.
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A sua morte deve mostrar se ele tinha de fato algum poder de controle sobre os elementos mais radicais da resistência tchetchena.
Ao comunicar a morte de Maskhadov ao presidente russo, Vladimir Putin, o chefe das forças de segurança da Rússia disse que seus homens haviam eliminado 'um chefe de quadrilha e terrorista internacional'.
Os termos refletem o processo de vilificação de Maskhadov que se tornou peça central da propaganda russa contra a resistência tchetchena.
Embora tenham havia algum diálogo entre enviados do governo russo e Maskhadov no início da administração Putin, Moscou sempre rejeitou a idéia de negociar com ele.
Presidente
O Kremlin acusava Maskhadov de inabilidade em aplicar a lei e a ordem na Tchetchênia após ter sido eleito presidente. Em seguida, o acusou de covardia frente a radicais islâmicos.
O governo russo respondeu à indignação do Ocidente em relação aos seus métodos empregados na Tchetchênia lembrando a opinião internacional de açoitamentos públicos e execuções que foram instituídas durante o mandato de Maskhadov.
Mesmo foragido, ele continuou a se chamar de presidente da Tchetchênia, mesmo após o fim de seu mandato.
Ele lançava editais, leis, avisos e, recentemente, uma declaração de cessar-fogo.
Luta
A extensão real de seu poder físico e político sobre as facções armadas rebeldes era, entretanto, desconhecido.
Ele parecia claramente mais moderado do que seus comandantes, adeptos das formas mais radicais de islamismo wahhabi, em particular Shamil Basayev, o responsável por alguns dos ataques mais violentos contra civis russos.
A resistência tchetchena, entretanto, é fragmentada.
Embora seus integrantes ainda possuam inúmeros armamentos, o apoio a eles entre a população local parece ter sido seriamente afetado.
O representante de Maskhadov em Londres, Akhmed Zakayev, disse que a luta pela independência continua.
Futuro
Não existem, no entanto, nomes óbvios para substituir o antigo líder.
Mesmo Zakayev reconhece que nomes radicais como Basayev são completamente inaceitáveis como símbolos internacionais de um eventual Estado tchetcheno.
O assassinato de Maskhadov pode parecer ao presidente Putin uma justificativa para uma política freqüentemente considerada pouco eficiente e cruel.
Após Beslan, que foi um duro golpe contra sua imagem pública, pode parecer que a prometida "normalização" da Tchetchênia é uma realidade.
Haverá também a preocupação, tanto no Ocidente como na Rússia, de que a morte de Maskhadov vai gerar mais instabilidade, extremismo e o início de mais uma espiral da violência.
Ocorrendo isso, o sonho de Maskhadov, de uma Tchetchênia independente, vai parecer ainda mais distante.
Leia mais
Rebeldes tchechenos desafiam governo após morte de líder
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Aslan Maskhadov
Leia o que já foi publicado sobre a Tchetchênia
Análise: A Tchetchênia após Maskhadov
STEVEN EKEda BBC Brasil
Aslan Maskhadov foi um personagem controverso --eleito presidente da Tchetchênia em 1997 após ter reconhecido mediante uma campanha internacional, ele foi posteriormente vilificado pela Rússia como um sangüinário líder terrorista.
Maskhadov conseguiu se manter foragido por muitos anos, a maior parte deles na própria Tchetchênia.
Mas devido à forte presença militar russa na conturbada república e à recompensa de US$ 10 milhões por sua cabeça, parecia inevitável que a captura do ex-presidente seria uma questão de tempo.
A influência real de Maskhadov na Tchetchênia sempre foi discutida.
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A sua morte deve mostrar se ele tinha de fato algum poder de controle sobre os elementos mais radicais da resistência tchetchena.
Ao comunicar a morte de Maskhadov ao presidente russo, Vladimir Putin, o chefe das forças de segurança da Rússia disse que seus homens haviam eliminado 'um chefe de quadrilha e terrorista internacional'.
Os termos refletem o processo de vilificação de Maskhadov que se tornou peça central da propaganda russa contra a resistência tchetchena.
Embora tenham havia algum diálogo entre enviados do governo russo e Maskhadov no início da administração Putin, Moscou sempre rejeitou a idéia de negociar com ele.
Presidente
O Kremlin acusava Maskhadov de inabilidade em aplicar a lei e a ordem na Tchetchênia após ter sido eleito presidente. Em seguida, o acusou de covardia frente a radicais islâmicos.
O governo russo respondeu à indignação do Ocidente em relação aos seus métodos empregados na Tchetchênia lembrando a opinião internacional de açoitamentos públicos e execuções que foram instituídas durante o mandato de Maskhadov.
Mesmo foragido, ele continuou a se chamar de presidente da Tchetchênia, mesmo após o fim de seu mandato.
Ele lançava editais, leis, avisos e, recentemente, uma declaração de cessar-fogo.
Luta
A extensão real de seu poder físico e político sobre as facções armadas rebeldes era, entretanto, desconhecido.
Ele parecia claramente mais moderado do que seus comandantes, adeptos das formas mais radicais de islamismo wahhabi, em particular Shamil Basayev, o responsável por alguns dos ataques mais violentos contra civis russos.
A resistência tchetchena, entretanto, é fragmentada.
Embora seus integrantes ainda possuam inúmeros armamentos, o apoio a eles entre a população local parece ter sido seriamente afetado.
O representante de Maskhadov em Londres, Akhmed Zakayev, disse que a luta pela independência continua.
Futuro
Não existem, no entanto, nomes óbvios para substituir o antigo líder.
Mesmo Zakayev reconhece que nomes radicais como Basayev são completamente inaceitáveis como símbolos internacionais de um eventual Estado tchetcheno.
O assassinato de Maskhadov pode parecer ao presidente Putin uma justificativa para uma política freqüentemente considerada pouco eficiente e cruel.
Após Beslan, que foi um duro golpe contra sua imagem pública, pode parecer que a prometida "normalização" da Tchetchênia é uma realidade.
Haverá também a preocupação, tanto no Ocidente como na Rússia, de que a morte de Maskhadov vai gerar mais instabilidade, extremismo e o início de mais uma espiral da violência.
Ocorrendo isso, o sonho de Maskhadov, de uma Tchetchênia independente, vai parecer ainda mais distante.
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