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Chile nega motivação política para bomba em embaixada do Brasil
MARCIA CARMO
da BBC Brasil, em Buenos Aires
Um representante do governo chileno disse não acreditar que haja qualquer motivação política para a explosão de uma bomba na embaixada brasileira na capital do país, Santiago.
O artefato de fabricação caseira explodiu na madrugada desta quarta-feira no local, quebrando vidros, mas sem deixar feridos.
Para o subsecretário do Ministério do Interior do Chile Felipe Harboe, o episódio não foi motivado pela relação entre os dois países ou ações brasileiras.
"Esse foi um caso isolado. A segurança é alta no Chile. Esse episódio não tem nada a ver com a relação entre os dois países ou contra a embaixada, especificamente. A relação é muito boa entre Chile e Brasil", disse ele à BBC Brasil por telefone.
Harboe também descartou a possibilidade de a bomba estar relacionada à prisão do chileno Mauricio Norambuena. Durante sua visita à Argentina, no começo desta semana, Lula foi alvo dos protestos de três manifestantes que gritaram "Brasil tortura" quando o presidente chegava à sede do Ministério das Relações Exteriores em Buenos Aires.
Eles pediam que fossem aliviadas as condições em que está preso Norambuena. O chileno foi condenado pelo seqüestro do publicitário Washington Olivetto, em 2002, e é mantido em uma cela isolada no Brasil. Quando questionado sobre uma possível relação, Harboe respondeu: "Não, nada. Foi um caso isolado e não tem nada a ver com esse fato".
"Para chamar atenção"
Embora o ataque à embaixada brasileira tenha sido considerado único pelo governo, este foi o nono caso de detonação de uma bomba caseira neste ano no país. Para o subsecretário, porém, os autores dessas explosões não são grupos organizados.
"Não temos grupos rebeldes no Chile. Os que fazem estes atos são geralmente jovens que atuam sozinhos. Ou porque querem chamar atenção ou por brincadeiras juvenis", acredita ele. Todos os casos, afirmou, estão sendo investigados pela polícia.
Apesar da afirmação, ele diz que "não é fácil" descobrir os autores de ações deste tipo, já que dificilmente elas são reivindicadas.
No caso brasileiro, a polícia agora está analisando as fitas de vídeo das câmeras de vigilância do prédio para tentar identificar os autores e os motivos do ataque.
Harboe disse que os episódios costumam ser registrados perto de datas históricas, como o dia 11 de setembro, quando Augusto Pinochet liderou um golpe, em 1973.
Ele afirmou ainda que as bombas muitas vezes são produzidas apenas para fazer barulho e não para causar ferimentos. "A bomba (usada contra a embaixada brasileira) foi feita com um tubo de metal e pólvora negra. Este modelo provoca ruído, mais que dano."
Em outros casos, foram usados explosivos semelhantes, embora moedas tenham sido colocadas dentro das bombas.
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