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05/02/2006
-
08h37
da BBC Brasil, em Porto Príncipe
Um empresário branco, rico e com sobrenome inglês é o segundo favorito nas eleições presidenciais desta terça-feira no Haiti, país majoritariamente negro e onde metade da população vive com menos de US$ 1 por dia.
Charles Henri Baker, 50, conhecido como "Charlito" por seus partidários, tem 10% de apoio, de acordo com pesquisas de opinião, ficando atrás apenas do ex-presidente René Préval (1996-2001), com 37% das intenções de voto.
De cima de um carro de som, a figura do empresário grisalho se destacava entre os eleitores que o cercavam em um dos maiores comícios realizados na capital haitiana na reta final da campanha eleitoral, que termina neste domingo.
"Eu não sou racista. O que importa se ele é branco? Nós tivemos muitos presidentes negros que não funcionaram. Qual é a diferença de um presidente negro ou branco?", questiona o bancário Joaquim Bruno, 31, durante um comício do candidato em Porto Príncipe.
"O fato de ele ser branco não é problema para mim", diz um outro senhor de 66 anos na manifestação de apoio a Baker.
Entrevista
As palavras dos eleitores ecoam as do próprio candidato em uma entrevista ao jornal americano "The Miami Herald", que destaca o sucesso insólito de Baker no grupo de 34 concorrentes à Presidência do pais.
"O fato de que há insegurança, o fato de que não há empregos, o fato de que mulheres estão morrendo porque não têm um médico para ir quando dão à luz, o fato de que três quartos das cidades não têm um hospital, não têm policiais, não têm um juiz, estas são as coisas que são importantes para o país. Não a minha cor", disse Baker ao diário da Flórida.
O empresário, com pouca experiência política, destacou-se no Haiti em 2004 quando integrou um grupo de 184 organizações que se opuseram ao governo do então presidente Jean-Bertrand Aristide, destituído em fevereiro daquele ano.
A campanha de Baker também acabou ganhando força com a exclusão da candidatura de outro empresário, Dumarsais Simeus, em uma polêmica decisão das autoridades haitianas baseada em sua dupla nacionalidade (haitiana e americana).
A Suprema Corte chegou a aprovar a candidatura de Simeus em dezembro, mas o governo interino destituiu juízes responsáveis pela decisão e a ignorou completamente.
Pesquisas de opinião realizadas em dezembro indicavam que Simeus era o segundo favorito. Agora a posição é disputada por Baker e outro ex-presidente, Leslie Manigat, cujos partidários fizeram manifestações menores, mas quase tão ruidosas quanto as de Baker no sábado em Porto Príncipe.
Apesar da diferença em relação a Préval, Joaquim Bruno acredita que o seu candidato tem chances ganhar em um segundo turno. "Se democraticamente a maioria escolher Préval, eu vou respeitar, mas eu não acho que ele vá ganhar", disse Bruno.
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CAROLINA GLYCERIOda BBC Brasil, em Porto Príncipe
Um empresário branco, rico e com sobrenome inglês é o segundo favorito nas eleições presidenciais desta terça-feira no Haiti, país majoritariamente negro e onde metade da população vive com menos de US$ 1 por dia.
Charles Henri Baker, 50, conhecido como "Charlito" por seus partidários, tem 10% de apoio, de acordo com pesquisas de opinião, ficando atrás apenas do ex-presidente René Préval (1996-2001), com 37% das intenções de voto.
De cima de um carro de som, a figura do empresário grisalho se destacava entre os eleitores que o cercavam em um dos maiores comícios realizados na capital haitiana na reta final da campanha eleitoral, que termina neste domingo.
"Eu não sou racista. O que importa se ele é branco? Nós tivemos muitos presidentes negros que não funcionaram. Qual é a diferença de um presidente negro ou branco?", questiona o bancário Joaquim Bruno, 31, durante um comício do candidato em Porto Príncipe.
"O fato de ele ser branco não é problema para mim", diz um outro senhor de 66 anos na manifestação de apoio a Baker.
Entrevista
As palavras dos eleitores ecoam as do próprio candidato em uma entrevista ao jornal americano "The Miami Herald", que destaca o sucesso insólito de Baker no grupo de 34 concorrentes à Presidência do pais.
"O fato de que há insegurança, o fato de que não há empregos, o fato de que mulheres estão morrendo porque não têm um médico para ir quando dão à luz, o fato de que três quartos das cidades não têm um hospital, não têm policiais, não têm um juiz, estas são as coisas que são importantes para o país. Não a minha cor", disse Baker ao diário da Flórida.
O empresário, com pouca experiência política, destacou-se no Haiti em 2004 quando integrou um grupo de 184 organizações que se opuseram ao governo do então presidente Jean-Bertrand Aristide, destituído em fevereiro daquele ano.
A campanha de Baker também acabou ganhando força com a exclusão da candidatura de outro empresário, Dumarsais Simeus, em uma polêmica decisão das autoridades haitianas baseada em sua dupla nacionalidade (haitiana e americana).
A Suprema Corte chegou a aprovar a candidatura de Simeus em dezembro, mas o governo interino destituiu juízes responsáveis pela decisão e a ignorou completamente.
Pesquisas de opinião realizadas em dezembro indicavam que Simeus era o segundo favorito. Agora a posição é disputada por Baker e outro ex-presidente, Leslie Manigat, cujos partidários fizeram manifestações menores, mas quase tão ruidosas quanto as de Baker no sábado em Porto Príncipe.
Apesar da diferença em relação a Préval, Joaquim Bruno acredita que o seu candidato tem chances ganhar em um segundo turno. "Se democraticamente a maioria escolher Préval, eu vou respeitar, mas eu não acho que ele vá ganhar", disse Bruno.
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