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05/02/2006
-
12h39
da BBC Brasil, em Porto Príncipe
O candidato favorito à Presidência do Haiti, René Préval, disse em entrevista à BBC que, se eleito, vai acabar com as gangues armadas do país.
“Vou eliminar as gangues, não controlá-las”, afirmou Préval, que lidera as pesquisas de opinião com 37% das intenções de voto.
O candidato, que já foi presidente do país entre 1996 e 2001, concedeu a entrevista na sua casa, onde passou a maior parte do sábado, penúltimo dia de campanha, depois de ter cancelado um comício por razões de segurança.
“Quero ficar vivo”, brincou.
Antigo aliado do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, destituído em 2004, Préval agora concorre por um outro partido, o Lespwa (Esperança, em crioulo, uma das duas línguas oficiais locais ao lado do francês).
Eleitorado
Embora diga não ter mais ligações com o partido Lavalas, de Aristide, grande parte do seu eleitorado é o mesmo que apoiava --e em muitos casos, apóia-- o ex-presidente.
No bairro de Bel Air, por exemplo, os moradores usaram os nomes dos dois de forma quase intercambiável durante uma manifestação pró-Préval.
“Haiti por Préval, Préval por Aristide”, gritava um grupo de seus eleitores.
Muitos, aliás, acreditam que, se eleito, Préval trará Aristide de volta.
Quando questionado sobre o retorno do exilado, o candidato é evasivo.
“A Constituição diz que você não precisa de visto para deixar o país ou entrar. Ele deve decidir.”
Sem alternativas
Préval não disse como eliminará as gangues, em uma cidade onde circulam 210 mil armas e onde um índice de 70% de desemprego deixa poucas alternativas para aqueles que querem abandonar o crime.
O fato de essas gangues estarem instaladas em áreas que o apóiam, como a temida favela de Cité Soleil, também deverá ter seu peso num eventual governo Préval.
O candidato reconhece que “não há solução fácil” para o Haiti, apesar das grandes expectativas demonstradas pelos seus eleitores em Bel Air.
“Eu não sou a solução. O meu plano é executar duas tarefas, reconstruir as instituições e criar um (bom) clima para investimentos, haitiano e estrangeiro”, afirmou o candidato.
“Em 2001, a Republica Dominicana recebeu mais de US$ 1 bilhão em investimentos estrangeiros e o Haiti recebeu no mesmo ano US$ 3 milhões.”
Missão da ONU
Préval disse também que o Haiti precisa que a Minustah (missão de estabilização da ONU no Haiti, em francês) permaneça no país após as eleições para ajudar a formar a polícia e reforçar o sistema judiciário.
“Aqueles que agitam a bandeira nacional o fazem por razões ideológicas ou são bandidos, traficantes de drogas ou contrabandistas. Somos partes da ONU, a Minustah é uma missão da ONU que está aqui para nos ajudar, vamos trabalhar com eles.”
Voltando a Bel Air, no entanto, os eleitores de Préval com quem a reportagem da BBC conversou defenderam a saída da ONU do seu país.
“As coisas estão piores desde que eles chegaram aqui. Depois da eleição de Préval, eles devem sair do país”, disse um deles, James Saint Louis, de 23 anos.
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Favorito à Presidência do Haiti promete "eliminar" gangues
CAROLINA GLYCERIOda BBC Brasil, em Porto Príncipe
O candidato favorito à Presidência do Haiti, René Préval, disse em entrevista à BBC que, se eleito, vai acabar com as gangues armadas do país.
“Vou eliminar as gangues, não controlá-las”, afirmou Préval, que lidera as pesquisas de opinião com 37% das intenções de voto.
O candidato, que já foi presidente do país entre 1996 e 2001, concedeu a entrevista na sua casa, onde passou a maior parte do sábado, penúltimo dia de campanha, depois de ter cancelado um comício por razões de segurança.
“Quero ficar vivo”, brincou.
Antigo aliado do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, destituído em 2004, Préval agora concorre por um outro partido, o Lespwa (Esperança, em crioulo, uma das duas línguas oficiais locais ao lado do francês).
Eleitorado
Embora diga não ter mais ligações com o partido Lavalas, de Aristide, grande parte do seu eleitorado é o mesmo que apoiava --e em muitos casos, apóia-- o ex-presidente.
No bairro de Bel Air, por exemplo, os moradores usaram os nomes dos dois de forma quase intercambiável durante uma manifestação pró-Préval.
“Haiti por Préval, Préval por Aristide”, gritava um grupo de seus eleitores.
Muitos, aliás, acreditam que, se eleito, Préval trará Aristide de volta.
Quando questionado sobre o retorno do exilado, o candidato é evasivo.
“A Constituição diz que você não precisa de visto para deixar o país ou entrar. Ele deve decidir.”
Sem alternativas
Préval não disse como eliminará as gangues, em uma cidade onde circulam 210 mil armas e onde um índice de 70% de desemprego deixa poucas alternativas para aqueles que querem abandonar o crime.
O fato de essas gangues estarem instaladas em áreas que o apóiam, como a temida favela de Cité Soleil, também deverá ter seu peso num eventual governo Préval.
O candidato reconhece que “não há solução fácil” para o Haiti, apesar das grandes expectativas demonstradas pelos seus eleitores em Bel Air.
“Eu não sou a solução. O meu plano é executar duas tarefas, reconstruir as instituições e criar um (bom) clima para investimentos, haitiano e estrangeiro”, afirmou o candidato.
“Em 2001, a Republica Dominicana recebeu mais de US$ 1 bilhão em investimentos estrangeiros e o Haiti recebeu no mesmo ano US$ 3 milhões.”
Missão da ONU
Préval disse também que o Haiti precisa que a Minustah (missão de estabilização da ONU no Haiti, em francês) permaneça no país após as eleições para ajudar a formar a polícia e reforçar o sistema judiciário.
“Aqueles que agitam a bandeira nacional o fazem por razões ideológicas ou são bandidos, traficantes de drogas ou contrabandistas. Somos partes da ONU, a Minustah é uma missão da ONU que está aqui para nos ajudar, vamos trabalhar com eles.”
Voltando a Bel Air, no entanto, os eleitores de Préval com quem a reportagem da BBC conversou defenderam a saída da ONU do seu país.
“As coisas estão piores desde que eles chegaram aqui. Depois da eleição de Préval, eles devem sair do país”, disse um deles, James Saint Louis, de 23 anos.
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