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07/02/2006 - 11h17

Atraso do início da votação inquieta haitianos

CAROLINA GLYCERIO
da BBC Brasil, em Porto Príncipe

O atraso de mais de uma hora no início da votação começa a deixar inquietos os milhares de haitianos que fazem longas filas para votar desde as 5h (8h, no horário de Brasília) na capital haitiana, Porto Príncipe, nesta terça-feira.

As urnas deveriam ter sido abertas às 6h do horário local, mas às 7h15 (10h15, em Brasília), por causa de um blecaute e problemas de organização, permaneciam fechadas.

"Todo mundo está começando a reclamar. Já perdemos mais de uma hora", disse o haitiano Jean Fritz Gérard, de 44 anos, enquanto esperava para votar em uma escola de Canapé Vert, no sul da cidade.

O corte no fornecimento de eletricidade prejudicou os preparativos que já estavam atrasados em Canapé Vert.

O chefe da missão de observadores eleitorais da missão européia, Johann Van Heck, diz que os atrasos são generalizados na cidade e podem criar problemas na apuração dos votos.

Segundo Van Heck, o fechamento das urnas pode até ter de ser adiado.

"Isso seria um problema porque os votos teriam de ser contados no escuro", disse Van Heck.

Insegurança

Stephane Voltaire assistia à confusão do portão de sua casa esperando a melhor hora para votar.

"Meu primo não vai votar porque a estação é muito longe da casa dele, e a região não é segura", afirma Voltaire.

A prorrogação do horário de votação também pode criar problemas de segurança, já que os problemas de eletricidade vão deixar a cidade às escuras a partir do anoitecer.

Outra dificuldade é que muitos eleitores não sabem onde votar.

Mostrando o seu título eleitoral, um eleitor perguntava na fila onde deveria se apresentar, até ser informado de que estava na seção errada.

Apesar da inquietação, os eleitores entrevistados pela BBC Brasil manifestaram esperança de que as eleições vão melhorar a situação do país, assolado pela miséria e pela violência, agravados por 20 anos de instabilidade política.

"Todo mundo quer votar, todo mundo está feliz", afirma Jean Fritz Gérard, que fez questão de pagar US$ 700 para vir Nova York e votar. "Essa é a última chance para o Haiti."

O estudante Ricardo La Guerre, de 20 anos, vai votar pela primeira vez e está otimista sobre o futuro do país.

"Como você pode ver, temos muitos problemas no Haiti. Acho que tudo vai melhorar depois de hoje", disse La Guerre.

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