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07/02/2006
-
13h53
da BBC Brasil, em Porto Príncipe
As eleições presidenciais no Haiti realizadas nesta terça-feira devem definir o tipo de envolvimento que a comunidade internacional terá no país.
O secretário-geral do Centro para a Livre Iniciativa e Democracia do Haiti, Lionel Delatour, diz que depois das eleições o novo presidente terá de renegociar com a ONU os termos da sua presença no país.
Segundo Delatour, embora haja um consenso entre os candidatos haitianos de que a presença internacional é necessária, nem todos estão contentes com a forma como esse trabalho tem sido feito.
Ele diz que, além da ajuda no restabelecimento da segurança e das instituições, a comunidade internacional precisa colocar dinheiro no país para ajudar a população a superar problemas como o de 70% de desemprego e um salário médio de US$ 1 por dia.
"As pessoas precisam ver que o dinheiro está entrando e gerando empregos para elas", afirma Delatour.
A ONU já realizou seis missões no Haiti, tendo gastado US$ 540 milhões apenas no último ano, fora os US$ 72 milhões investidos nas eleições, entre organização, instalação de infra-estrutura e cadastro de eleitores.
Além disso, para a atual missão de paz a ONU emprega mais de dez mil pessoas, entre soldados e policiais e funcionários civis.
Continuidade?
A Minutash (Missão de Estabilização da ONU no Haiti, em francês) diz oficialmente que a entidade está disposta a ficar dez anos no Haiti para ajudar o país a reconstruir suas instituições e fazer a transição para democracia que vem tentando se consolidar desde o fim da ditadura Duvalier (1957-1986).
Mas há quem acredite que o apoio externo pode ser suspenso. Uma fonte diplomática ocidental disse à BBC Brasil que o Haiti poderá perder o apoio da comunidade internacional se os esforços da ONU para ajudar o país a fazer a sua transição democrática se provarem inúteis.
"Tenho tentado convencer os haitianos que depois disso (desta missão) chega", disse o diplomata, que pediu para não ser identificado.
Mas, mesmo se as eleições não trouxerem a estabilidade esperada ao país, poucos analistas acreditam que a comunidade internacional possa deixar o Haiti à propria sorte.
"(O Haiti) É perto demais dos Estados Unidos, (eles) não podem se dar o luxo de abandonar o Haiti", diz o economista haitiano Claude Beauboeuf. Segundo ele, o pequeno país caribenho poderia se tornar uma rota ainda mais importante no narcotráfico voltado para o mercado americano.
Outro analista, Kisner Fharel, lembra que a localização estratégica obriga um envolvimento internacional no Haiti.
Para Fharel, o país, que é um pouco maior do que o do Estado do Sergipe, também poderá ser uma fonte de instabilidade para a America Latina, caso os esforços para a sua estabilização política fracassem.
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CAROLINA GLYCERIOda BBC Brasil, em Porto Príncipe
As eleições presidenciais no Haiti realizadas nesta terça-feira devem definir o tipo de envolvimento que a comunidade internacional terá no país.
O secretário-geral do Centro para a Livre Iniciativa e Democracia do Haiti, Lionel Delatour, diz que depois das eleições o novo presidente terá de renegociar com a ONU os termos da sua presença no país.
Segundo Delatour, embora haja um consenso entre os candidatos haitianos de que a presença internacional é necessária, nem todos estão contentes com a forma como esse trabalho tem sido feito.
Ele diz que, além da ajuda no restabelecimento da segurança e das instituições, a comunidade internacional precisa colocar dinheiro no país para ajudar a população a superar problemas como o de 70% de desemprego e um salário médio de US$ 1 por dia.
"As pessoas precisam ver que o dinheiro está entrando e gerando empregos para elas", afirma Delatour.
A ONU já realizou seis missões no Haiti, tendo gastado US$ 540 milhões apenas no último ano, fora os US$ 72 milhões investidos nas eleições, entre organização, instalação de infra-estrutura e cadastro de eleitores.
Além disso, para a atual missão de paz a ONU emprega mais de dez mil pessoas, entre soldados e policiais e funcionários civis.
Continuidade?
A Minutash (Missão de Estabilização da ONU no Haiti, em francês) diz oficialmente que a entidade está disposta a ficar dez anos no Haiti para ajudar o país a reconstruir suas instituições e fazer a transição para democracia que vem tentando se consolidar desde o fim da ditadura Duvalier (1957-1986).
Mas há quem acredite que o apoio externo pode ser suspenso. Uma fonte diplomática ocidental disse à BBC Brasil que o Haiti poderá perder o apoio da comunidade internacional se os esforços da ONU para ajudar o país a fazer a sua transição democrática se provarem inúteis.
"Tenho tentado convencer os haitianos que depois disso (desta missão) chega", disse o diplomata, que pediu para não ser identificado.
Mas, mesmo se as eleições não trouxerem a estabilidade esperada ao país, poucos analistas acreditam que a comunidade internacional possa deixar o Haiti à propria sorte.
"(O Haiti) É perto demais dos Estados Unidos, (eles) não podem se dar o luxo de abandonar o Haiti", diz o economista haitiano Claude Beauboeuf. Segundo ele, o pequeno país caribenho poderia se tornar uma rota ainda mais importante no narcotráfico voltado para o mercado americano.
Outro analista, Kisner Fharel, lembra que a localização estratégica obriga um envolvimento internacional no Haiti.
Para Fharel, o país, que é um pouco maior do que o do Estado do Sergipe, também poderá ser uma fonte de instabilidade para a America Latina, caso os esforços para a sua estabilização política fracassem.
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