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Premiê britânico pede desculpas por reembolsos para políticos
da BBC Brasil
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, disse nesta segunda-feira que membros do Parlamento cometeram "erros" na maneira como usaram o sistema de reembolso de despesas disponível para políticos do país.
Brown se desculpou em nome de todos os partidos por alguns dos pedidos de ressarcimento e disse que a confiança dos britânicos na classe política precisa ser restituída "imediatamente". "Eu quero me desculpar em nome de políticos de todos os partidos pelos acontecimentos dos últimos dias", disse o primeiro-ministro britânico.
A declaração sucede mais de um ano de debates acalorados sobre a questão das despesas parlamentares, uma polêmica que teve como estopim a revelação, em janeiro de 2008, de que um parlamentar conservador usava dinheiro público para pagar salários aos próprios filhos.
Campanha
O escândalo levou militantes a fazer campanha para que todos os pedidos de reembolso feitos por políticos do país fossem tornados públicos. Apesar de tentativas, por alguns parlamentares, de bloquear a publicação das informações, a campanha foi vitoriosa e uma lista com as despesas dos parlamentares tinha data de divulgação prevista para junho.
O jornal britânico "The Daily Telegraph", no entanto, obteve acesso às informações e desde a semana passada vem publicando as declarações de gastos de vários parlamentares em suas edições diárias. O jornal, assumidamente conservador, optou por divulgar primeiro os pedidos de reembolso de parlamentares trabalhistas, mas na edição desta segunda-feira incluiu também declarações de gastos feitas por políticos conservadores.
O "Daily Telegraph" anunciou que representantes de todos os partidos terão suas listas de despesas divulgadas e justificou a decisão de publicar as informações dizendo que as listas oficiais são muito menos detalhadas e não permitem que o público veja como os políticos exploram o sistema para maximizar seus ganhos.
Ajuda de Custo
Parlamentares britânicos recebem um salário anual de 63.291 libras (US$ 96.430) e uma ajuda de custo para cobrir despesas de escritório, custos de manter uma residência adicional e gastos com transporte, entre outras despesas.
De acordo com os últimos dados disponíveis, que são de outubro de 2007, os parlamentares britânicos receberam reembolsos anuais de, em média, 135.600 libras (US$ 206.600).
Entre as várias despesas reembolsáveis, uma em particular tem atraído a atenção dos militantes britânicos que fazem campanha pela transparência nos gastos públicos: a chamada ajuda adicional de custos.
Ela foi criada para cobrir gastos de parlamentares que precisam manter uma segunda residência, ou seja, foram eleitos em regiões eleitorais fora da capital, mas precisam comparecer às sessões do Parlamento, no centro de Londres, semanalmente.
Parlamentares foram flagrados usando dinheiro público para reformar ou mobiliar casas antes de vendê-las. A secretária para as Comunidades, a trabalhista Hazel Blears, por exemplo, designou três propriedades diferentes como sua "segunda residência" no período de um ano, usando dinheiro público para mobiliar ou para pagar juros sobre a hipoteca das casas.
No final desse período, a parlamentar vendeu uma das propriedades, lucrando cerca de US$ 68 mil com a operação. Outros, como a conservadora Cheryl Gillan, pediram reembolso de dinheiro usado para comprar comida para cachorro.
O líder do Partido Conservador, David Cameron, pediu aos parlamentares que "peçam desculpas" pelo sistema de reembolsos. Planos para a criação de um órgão independente de auditoria para analisar e julgar caso a caso os pedidos de reembolso dos parlamentares foram anunciados nesta segunda-feira.
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