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13/06/2009 - 12h07

Reeleição de Ahmadinejad é sinal de tensão à vista

da BBC Brasil

A permanência de Mahmoud Ahmadinejad na presidência do Irã é um sinal de que a tensão causada pelas críticas internacionais às atividades nucleares do país deverão continuar.

O estilo de governar do líder iraniano provavelmente vai assegurar que a confrontação continuará sendo sua marca no segundo mandato.

A única esperança, sem qualquer expectativa, em relação a tempos mais calmos, poderá vir do fato de que, após vencer novamente, ele deverá sentir que é hora para fazer concessões.

Ahmadinejad não poderá concorrer a um terceiro mandato, apesar de poder voltar se candidatar no futuro.

Enriquecimento de urânio

Não que outros governos esperavam que o Irã desistiria de seu programa de enriquecimento de urânio se seu oponente, Mir Hossein Mousavi, tivesse ganhado as eleições.

Mousavi também é a favor do programa e qualquer política neste sentido é, de qualquer forma, definida pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Mas um novo presidente teria mudado o tom do debate e reduzido as tensões.

Um maior comprometimento poderia ter sido possível.

Além disso, uma mudança na Presidência colocaria fim ao discurso de questionamento de Ahmadinejad em relação ao Holocausto e às declarações sobre seu desejo de ver o fim do Estado de Israel.

Apesar de seus partidários insistirem que sua retórica sobre Israel significa o 'fim político' do país para que a emergência de um Estado palestino seja possível, os israelenses interpretaram suas palavras como ameaçadoras e, combinado com o desenvolvimento da tecnologia de enriquecimento, alarmantes.

Com o resultados das eleições, crescem as chances de mais sanções contra o Irã e Israel, em particular, deverá expressar sua preocupação, temendo que a República Islâmica um dia construa uma arma nuclear, apesar de negar que pretende fazê-lo.

Para o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, a intenção iraniana não é o que importa, mas a sua capacidade. Ele não quer que o Irã adquira a tecnologia para construir uma arma nuclear.

Já o Irã diz que sua intenção é enriquecer urânio até o nível necessário para obter energia nuclear e não uma bomba. Enquanto isso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, continua inspecionando as instalações nucleares do país.

Resposta

Um indicador chave daqui para frente será a resposta iraniana à oferta do presidente americano, Barack Obama, de retomar o diálogo com o país.

Autoridades ocidentais temem que, ainda que concorde, o presidente Ahmadinejad considere a oportunidade apenas como uma forma de voltar a insistir na retórica de que os EUA têm de alterar sua política em relação ao Irã, e não como uma maneira de resolver as diferenças.

O enriquecimento de urânio está tão incutido na política e psique iranianas que é difícil imaginar que o presidente desista dela. Tornou-se uma bandeira da dignidade nacional e, para o presidente iraniano, uma fonte de poder político.

O Irã recebeu a oferta de um pacote de incentivos comerciais e financeiros se suspender o processo de enriquecimento de urânio mas, até agora, as autoridades supremas religiosas vem rejeitando a proposta.

E a eleição desta sexta-feira só afastou a questão das chances de uma solução.

 

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