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17/11/2006 - 09h25

Velocidade de conexão à rede pode gerar bilhões à economia de um país

CAROLINA GLYCERIO
da BBC Brasil, em São Paulo

As empresas brasileiras estão próximas das suas concorrentes em países desenvolvidos no que diz respeito ao acesso à internet em banda larga.

Pelo menos 58% das empresas do país com mais de dez funcionários usam internet rápida, de acordo com dados de 2005 do Ministério da Ciência e da Tecnologia. Nos países desenvolvidos, esse índice é de 63%, segundo a Unctad (Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento).

O dado consta de um relatório divulgado nesta quinta-feira, que define o acesso à banda larga para empresas como tão vital quanto serviços como água e luz.

"Com banda larga, você interage com o cliente de uma forma mais eficiente e mais rápida", afirma um dos autores do relatório, Angel Gonzalez Sanz, em entrevista à BBC Brasil.

De acordo com o relatório, a diferença no acesso à banda larga revela uma nova dimensão da chamada divisão digital existente entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento.

Sem restrição no tipo de acesso, o total de empresas conectadas à internet sobe para 96,26%, segundo dados do ministério.

Domicílios

Se as empresas brasileiras parecem estar praticamente em pé de igualdade com as do exterior, as estatísticas sobre domicílios, no entanto, deixam claro que a "exclusão digital" também afeta o Brasil.

Os dados gerais da Unctad, que incluem empresas e domicílios, indicam que a taxa de penetração da internet no Brasil era de apenas 19,5% em 2005 --embora a própria entidade cite dados do governo brasileiro indicando que 24,4% da população tinha acesso à internet em casa ou no trabalho.

"O problema número 1 na América Latina, e certamente no Brasil, é a desigualdade", afirma Sanz.

"Quando você observa os dados, percebe que a penetração da internet nas camadas sociais mais altas é equivalente a de países desenvolvidos", diz o especialista, acrescentando que a taxa cai drasticamente nas camadas mais pobres.

Ainda assim, o país está relativamente bem colocado na comparação com outros países em desenvolvimento.

Segundo a Unctad, 80 de um grupo de 151 países em desenvolvimento sequer tinham estatísticas sobre o acesso de empresas à internet em banda larga. Entre os 71 que forneceram os dados, 48 tinham taxas de penetração inferiores a 2,9%.

Comércio

A entidade diz ainda que o baixo acesso à banda larga faz com que os países em desenvolvimento saiam perdendo, por exemplo, em comércio --que, em países desenvolvidos, vem sendo feito cada vez mais via internet.

"Para se tornarem mais competitivos na economia mundial e estimularem o crescimento econômico, os países em desenvolvimento precisam, claramente, de um maior acesso à banda larga", afirma a entidade, estimando que o acesso ao tipo mais rápido de conexão à rede possa gerar bilhões de dólares à economia de um país anualmente.

O relatório também associa o uso das tecnologias de informação (TI), cujo benefício máximo seria obtido com o uso da banda larga, ao aumento de produtividade.

"Há um número cada vez maior de indicadores, em países desenvolvidos e em desenvolvimento, de que a adoção de tecnologias de informação e comunicação (ICT, na sigla em inglês) por empresas ajuda a acelerar o crescimento da produtividade, que é essencial para sustentar a geração de renda e de emprego", afirma a Unctad.

ICT é o nome dado a tecnologias usadas no processamento de informações, ou seja, para armazenar, converter e transmitir dados via computador. Segundo a entidade, o uso dessas tecnologias é ainda mais útil em países em desenvolvimento --que poderiam melhorar a sua competitividade no mundo.

Para Angel Sanz, o Brasil está bem colocado em relação a outros países da América Latina, destacando-se no uso de serviços bancários on-line, nos sites governamentais e em setores específicos, como o automotivo --embora, neste caso, as transações se dêem mais entre fornecedores do que nas vendas para o consumidor final.

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