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01/12/2006 - 16h04

Candidatos encerram oficialmente campanha eleitoral na Venezuela

DENIZE BACOCCINA
da BBC Brasil, em Caracas

A campanha eleitoral na Venezuela acabou oficialmente nesta sexta-feira de manhã para a eleição presidencial deste domingo. A partir de agora os candidatos não podem mais fazer atos públicos nem divulgar material de campanha.

Os dois principais, o presidente Hugo Chávez e o oposicionista Manuel Rosales encerraram o dia se dizendo confiantes na vitória.

Os postos de votação ficam abertas das 6 horas da manhã até 16 horas, mas o horário de encerramento pode atrasar se houver filas. Os resultados devem ser divulgados já no domingo à noite ou madrugada de segunda-feira.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão que regula o processo eleitoral no país, quer fazer desta sexta-feira o Dia da Participação, para tentar convencer os eleitores a comparecer aos locais de votação neste domingo.

Dezesseis milhões de eleitores estão registrados para votar, mas o voto não é obrigatório. Aumentar a participação popular é o principal desafio das autoridades e dos candidatos, principalmente da oposição.

Depois de passar anos afirmando que o processo não era confiável, a oposição agora depende do comparecimento maciço da parcela da população que está descontente com Chávez.

Voto eletrônico

Pesquisas mostram que metade dos venezuelanos confia na lisura do voto eletrônico, mas a outra metade acha que o voto pode ser fraudado dentro da máquina ou o eleitor identificado.

O eleitor terá que escolher entre 18 candidatos de 86 partidos diferentes. A tela da máquina de votação é organizada por partido. O presidente Hugo Chávez aparece 24 vezes e o principal candidato da oposição, Manuel Rosales é apoiado por 42 partidos de várias tendências.

A consolidação de Rosales como um candidato de consenso de uma ampla coalizão partidária é vista por analistas como a grande novidade desta eleição. A candidatura foi viabilizada há apenas três meses, quando o governo já dava como certa a reeleição de Chávez por uma ampla maioria. Na eleição do ano passado, o boicote da oposição resultou num Congresso 100% governista.

Os últimos eventos de campanha na quinta-feira à noite foram entrevistas. Chávez falou por mais de três horas para a televisão estatal e Rosales deu entrevistas a emissoras privadas de rádio e TV.

A oposição também promoveu um “foguetaço” de fogos de artifício e um buzinaço pelas ruas de Caracas, segundo eles para comemorar antecipadamente a vitória.

Os comícios tanto de Chávez quanto de Rosales no fim de semana em Caracas levaram centenas de milhares de simpatizantes às ruas da capital. Nos dias seguintes os dois fizeram eventos em outras partes do país.

Reeleição indefinida

Chávez defendeu nesta quinta-feira uma mudança na Constituição para permitir a reeleição por tempo indefinido. Hoje a reeleição só é permitida uma única vez. É a terceira vez que ele concorre, mas a Constituição foi alterada em 1999, depois da primeira vitória em 1998 e a eleição de 2000 é considerada a primeira dentro dessas novas regras.

A eleição acontece em apenas um turno, e o primeiro colocado é eleito, sem necessidade de maioria ou qualquer vantagem mínima sobre o segundo colocado.

A lei eleitoral venezuelana proíbe a divulgação de pesquisas de intenção de voto ou de boca de urna até a divulgação do primeiro boletim oficial de apuração.

A segurança e a logística do processo de votação ficam a cargo das Forças Armadas. Cerca de 126 mil militares e policiais estão trabalhando.

Mais de 300 observadores internacionais devem acompanhar a eleição na capital Caracas e nos outros Estados do país. As maiores delegação são da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Européia.

Tensão

Apesar da ausência de incidentes nas últimas semanas, existe um clima de apreensão na capital venezuelana.

Governo e oposição fizeram acusações mútuas nos últimos dias sobre supostos planos para desestabilizar o processo com divulgação de pesquisas de boca de urna falsas no período proibido.

Muitos venezuelanos dizem que vão evitar sair às ruas neste domingo e muitos esperam uma noite tumultuada durante a apuração.

Yasmeris Pirona, camareira de um grande hotel em Caracas, decidiu não votar e vai passar a noite no trabalho para evitar problemas de locomoção no dia seguinte. “A gente não sabe o que pode acontecer na madrugada, então no domingo à tarde venho para o hotel e já fico aqui”, contou.

Das 54 camareiras do hotel, 12 foram convidadas a passar a noite no local para evitar dificuldades para chegar ao trabalho na segunda-feira.

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