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05/04/2007 - 08h23

Acordo com Brasil é "insignificante", diz Jimmy Carter

BRUNO GARCEZ
da BBC Brasil, em Washington

O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter disse à BBC Brasil que o acordo entre Brasil e Estados Unidos na produção e pesquisa de álcool é ''insignificante''.

Ele afirmou que o acordo ''é relmente insignificante, no que diz respeito a aliviar as necessidades energéticas desta nação a longo prazo''. Carter, de 82 anos, governou os Estados Unidos entre 1977 e 1981 e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002.

Carter respondeu a perguntas da BBC Brasil sobre o acordo e sobre a política do presidente George W. Bush para a América Latina após um evento realizado em Washington, na quarta-feira, no qual ele recebeu um prêmio por seu livro Palestine Peace Not Apartheid, uma polêmica obra que condena a ocupação israelense nos territórios palestinos.

O ex-líder americano acrescentou que, por um lado, ''o acordo com o Brasil é encorajador, porque mostra amizade e compromisso em relação a um tema, mas é relativamente insignificante em relação a conservação energética''.

Usina local

Carter sorriu ao lembrar que ''acabam de anunciar a construção de uma usina na minha cidade natal, Plains (no estado da Georgia). Este ano ela vai produzir 15 milhões de galões de biodiesel e no ano que vem, outros 30 milhões''.

Mas, em seguida acrescentou, que ''o tema número 1'' nos Estados Unidos deveria ser o de ''aumentar a eficiência energética de veículos e outras coisas que dependem de combustível''.

De acordo com o ex-presidente, o atual modelo americano de produção de álcool, produzido a partir de milho, ou mesmo o de biodiesel, que pode ser gerado a partir da soja, oferecem problemas.

''Minha esperança é que no futuro nós passemos para o álcool celulósico, produzido a partir de árvores, que crescem rapidamente.''

Segundo Carter, o milho ou a soja, por sua vez, são distintos, porque não contam com um ''estoque muito grande no mundo''. O ex-presidente acrescentou que ao usar soja e milho como fonte de combustível, os Estados Unidos deixam de utilizá-los como fonte de exportação.

Viagem de Bush

O ex-líder americano se disse feliz com a ida do presidente George W. Bush à América Latina, ''porque, por muito tempo, nossa política latino-americana foi orquestrada por gente cuja maior credencial era ser antiCuba''.

''Você não podia almejar um alto cargo no Departamento de Estado ou um alto posto diplomático a não ser que manifestasse uma animosidade pública contra Fidel Castro.''

Jimmy Carter acrescentou: ''Agora, nos dois últimos anos de seu mandato, espero que o presidente Bush mude a sua posição. A viagem ocorreu bem depois do prazo ideal, mas foi necessária e positiva''.

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