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23/04/2007
-
09h56
da BBC Brasil, no Cairo
Um dia após o primeiro-ministro do Iraque, Nouri al Maliki, ter afirmado que mandou suspender a polêmica construção de um muro separando as comunidades sunita e xiita em Bagdá, o embaixador americano no Iraque, Ryan Crocker, defendeu a idéia do muro, mas disse que o Exército dos Estados Unidos vai "respeitar o desejo" do governo iraquiano.
A construção do muro, de 5 quilômetros de comprimento e 3,6 metros de altura, começou no dia 10 de abril e foi divulgada pelo Exército americano na semana passada para, segundo os Estados Unidos, proteger os moradores do bairro de Adhamiya, em Bagdá, onde a comunidade sunita é alvo constante de ataques de xiitas que rodeiam a região.
Na noite deste domingo, Maliki disse durante uma entrevista coletiva na capital egípcia, Cairo, que pediu a suspensão da construção no dia anterior por acreditar que existam "outras formas de proteger bairros".
O primeiro-ministro também afirmou que o objetivo do muro não era segregar e sim proteger, mas disse temer que "este muro tenha repercussões que nos lembrem outros muros", possivelmente se referindo a muros que dividiram comunidades no século 20, em Berlim e Beirute, por exemplo.
Protestos
As afirmações de Maliki foram feitas após uma série de protestos de líderes políticos sunitas no fim da semana passada.
As manifestações continuaram nesta segunda-feira, com centenas de pessoas participando de uma passeata no norte de Bagdá para reivindicar a retirada dos blocos de concreto de Adhamiya.
"Eu não sei por que estão colocando blocos de concreto aqui, não sei o que está acontecendo. O que eles estão tentando fazer? Construir uma prisão em torno de nós? Não estamos felizes com o que está acontecendo", disse uma moradora, entrevista pelo canal de TV árabe Al Jazeera.
Em uma entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, o embaixador Ryan Crocker disse que vai respeitar a decisão do governo iraquiano, apesar de não esclarecer se os trabalhos de construção serão suspensos.
"Eu não sei se nós estamos certos agora em relação às nossas discussões sobre como avançar neste assunto em particular", disse Crocker, que, no entanto, defendeu o princípio do muro.
Segundo Crocker, a intenção da barreira em Adhamiya e de outras construídas em volta de mercados era tentar identificar onde estão as vias de ataques e montar as barreiras para evitá-los.
"Não é a intenção nem o pensamento de ninguém de que isto será um estado permanente", acrescentou Crocker.
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Muro em Badgá para separar xiitas de sunitas causa polêmica
ANDREA WELLBAUMda BBC Brasil, no Cairo
Um dia após o primeiro-ministro do Iraque, Nouri al Maliki, ter afirmado que mandou suspender a polêmica construção de um muro separando as comunidades sunita e xiita em Bagdá, o embaixador americano no Iraque, Ryan Crocker, defendeu a idéia do muro, mas disse que o Exército dos Estados Unidos vai "respeitar o desejo" do governo iraquiano.
A construção do muro, de 5 quilômetros de comprimento e 3,6 metros de altura, começou no dia 10 de abril e foi divulgada pelo Exército americano na semana passada para, segundo os Estados Unidos, proteger os moradores do bairro de Adhamiya, em Bagdá, onde a comunidade sunita é alvo constante de ataques de xiitas que rodeiam a região.
Na noite deste domingo, Maliki disse durante uma entrevista coletiva na capital egípcia, Cairo, que pediu a suspensão da construção no dia anterior por acreditar que existam "outras formas de proteger bairros".
O primeiro-ministro também afirmou que o objetivo do muro não era segregar e sim proteger, mas disse temer que "este muro tenha repercussões que nos lembrem outros muros", possivelmente se referindo a muros que dividiram comunidades no século 20, em Berlim e Beirute, por exemplo.
Protestos
As afirmações de Maliki foram feitas após uma série de protestos de líderes políticos sunitas no fim da semana passada.
As manifestações continuaram nesta segunda-feira, com centenas de pessoas participando de uma passeata no norte de Bagdá para reivindicar a retirada dos blocos de concreto de Adhamiya.
"Eu não sei por que estão colocando blocos de concreto aqui, não sei o que está acontecendo. O que eles estão tentando fazer? Construir uma prisão em torno de nós? Não estamos felizes com o que está acontecendo", disse uma moradora, entrevista pelo canal de TV árabe Al Jazeera.
Em uma entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, o embaixador Ryan Crocker disse que vai respeitar a decisão do governo iraquiano, apesar de não esclarecer se os trabalhos de construção serão suspensos.
"Eu não sei se nós estamos certos agora em relação às nossas discussões sobre como avançar neste assunto em particular", disse Crocker, que, no entanto, defendeu o princípio do muro.
Segundo Crocker, a intenção da barreira em Adhamiya e de outras construídas em volta de mercados era tentar identificar onde estão as vias de ataques e montar as barreiras para evitá-los.
"Não é a intenção nem o pensamento de ninguém de que isto será um estado permanente", acrescentou Crocker.
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