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China condena mais seis à morte por violência étnica em Xinjiang em julho
da BBC Brasil
Um tribunal chinês condenou mais seis pessoas à morte nesta quinta-feira por conta da violência entre os grupos étnicos uigur e han na região de Xinjiang, em julho passado. Os conflitos causaram a morte de 197 pessoas.
Os seis estão entre os 21 suspeitos julgados nesta semana, acusados de assassinato, roubo, saques e incêndio proposital.
Ao todo, 12 pessoas foram condenadas à morte por causa da violência, enquanto outras nove foram condenadas à prisão perpétua, ou penas mais leves.
Segundo a agência de notícias Xinhua, os seis foram condenados à morte em um tribunal em Urumqi, a capital da região de Xinjiang.
Três das sentenças foram suspensas por dois anos, o que significa que elas podem vir a ser substituídas por prisão perpétua.
Justiça
Ativistas reclamaram que faltaram transparência e justiça nos julgamentos. Os uigures no exílio afirmam que as sentenças devem inflamar ainda mais a tensão na região, que faz fronteira com a Ásia central.
No dia 5 de julho deste ano, um protesto em Urumqi, realizado por chineses da etnia uigur, culminou em violência causando a morte de 197 pessoas e deixando 1.700 feridos.
Vitrines de lojas foram quebradas, carros incendiados e transeuntes atacados por ativistas uigur na cidade, cuja população é predominantemente han.
Dois dias depois, grupos de chineses da etnia han saíram em vingança enquanto a polícia tentava restaurar a ordem.
Segundo as autoridades, a maioria dos mortos era da etnia han, e a comunidade han da cidade pediu justiça imediata.
Centenas de pessoas foram presas após os confrontos e até agora, 21 pessoas foram julgadas.
De acordo com os nomes dos réus divulgados pela agência Xinhua, seis dos condenados parecem ser da etnia uigur, enquanto um deles, Han Junbo, parece ser da etnia han.
A tensão entre uigures e han de Xinjiang vem aumentando nos últimos anos. Milhões de han se mudaram para a região --de predominância uigur-- nas últimas décadas.
Muitos uigures querem mais autonomia e direitos para sua cultura e religião - o Islã - do que permitem as autoridades chinesas.
Segundo um documento do governo sobre Xinjiang divulgado no mês passado, os confrontos de julho foram causados por separatistas uigures promovendo um "Turquistão do leste" independente.
O Congresso Mundial Uigur, no exílio, afirma que o governo central da China exagerou a ameaça para justificar o controle severo da região.
Nos últimos anos, as autoridades chinesas responsabilizaram os separatistas por uma série de atentados e explosões em Xinjiang.
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