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EUA advertem Israel para riscos de ataque contra Irã
da BBC Brasil
O chefe do Estado Maior do Exército americano, almirante Michael Mullen, advertiu Israel contra um possível ataque ao Irã, afirmando, que em uma "região imprevisível" como o Oriente Médio, as consequências poderiam ser "indesejáveis".
Em um ato sem precedentes, o almirante americano convocou jornalistas israelenses e deu uma entrevista coletiva em Jerusalém pedindo a Israel que exerça "contenção total" enquanto os esforços estiveram concentrados nas tentativas diplomáticas e nas sanções contra o projeto nuclear iraniano.
"Se houver um confronto regional em consequência de um ataque ao Irã, todos nós teremos um problema muito, muito, muito grande", disse Mullen. "Estou muito preocupado com as consequências imprevisíveis de um ataque."
É a segunda vez que Mullen é enviado a Israel para pedir que o país não ataque o Irã. A primeira visita ocorreu em 2008, durante o governo do ex-presidente americano George W. Bush.
O almirante acrescentou que o governo americano tem intenções sérias de decretar sanções "graves" contra o Irã.
"Espero que isso não acabe em um confronto. É muito, muito importante, que os esforços diplomáticos sejam explorados de maneira total", acrescentou Mullen.
Esforços diplomáticos
A movimentação diplomática no Oriente Médio diante do avanço do programa nuclear iraniano se intensificou depois que o presidente Mahmoud Ahmadinejad anunciou que o país já teria alcançado a capacidade de enriquecimento de urânio no nível de 20%.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, também está no Oriente Médio para discutir principalmente essa questão.
Em uma palestra para estudantes no Catar, Clinton afirmou que o governo americano "acredita que o Irã está se transformando em uma ditadura militar".
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, exigiu que a comunidade internacional imponha sanções "paralisantes" para impedir o Irã de obter armamentos nucleares.
O líder israelense viajou à Rússia para pedir que o país não venda mísseis antiaéreos do tipo S-300 ao Irã.
No entanto, o governo russo anunciou que não tem intenção de desfazer o contrato, que já assinou com o Irã.
"Temos obrigação de respeitar o contrato que já assinamos em relação aos mísseis S-300, porém o fornecimento ainda não começou", declarou Vladimir Nazarov, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.
Segundo Nazarov, o contrato referente aos mísseis não seria afetado por sanções internacionais, "pois os mísseis são para fins exclusivamente de defesa".
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